Foto - Promotor Mauro da Fonseca Ellovitch (coordenador regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias Rio das Velhas e Paraopeba) Crédito - Clarissa Barçante/ALMG Ministério Público e Poder Executivo estão produzindo documentos que devem apontar as razões do rompimento da barragem do Fundão, da Samarco Mineradora, identificar os culpados e apontar as soluções a médio e longo prazos. Foi sobre esse trabalho que representantes das instituições falaram durante a audiência pública desta segunda-feira (18/1/16), realizada pela comissão das Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O secretário de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana de Minas Gerais, Tadeu Martins Leite, classificou o rompimento da barragem como o maior desastre ambiental brasileiro e maior desastre minerário do mundo. Ele salientou que, para encontrar soluções melhores para os problemas gerados, o governo criou uma força tarefa, que envolve várias secretarias, com o objetivo de coordenar esforços. O principal objetivo do trabalho seria, de acordo com ele, identificar principalmente os impactos socioeconômicos da tragédia, já que o quadro ambiental já estaria sendo avaliado pelos órgãos competentes. Assim, os danos estariam sendo avaliados em cada um dos 33 municípios afetados. “Enviamos questionários a todos eles para entender o tamanho do problema”, explicou o secretário, que falou de questões que vão de abastecimento de água potável a sistemas de transporte e geração de renda. “Agora estamos produzindo um relatório com essas informações, que não será o ponto final e sim o inicial. Vamos sugerir medidas corretivas e restauradoras, priorizar o que é mais importante e cobrar responsabilidades”, disse Tadeu Martins. Promotor diz que Samarco não tem oferecido soluções satisfatórias O promotor de Justiça e coordenador regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias do Rio das Velhas e Paraopebas, Mauro da Fonseca Ellovitch, concordou com o secretário sobre a importância de focar o trabalho nos danos locais a cada comarca. Ele afirmou, ainda, que a investigação que tem sido conduzida pelo Ministério Público já identificou diversas falhas no licenciamento ambiental e na prestação de informações pela Samarco. Ele exemplificou dizendo que houve alterações de obras sem autorização do órgão ambiental, o que seria, nas palavras dele, “um incremento inaceitável do risco”. “Todas as informações estarão sistematizadas em um laudo técnico para as ações judiciais e extrajudiciais cabíveis”, disse. Ele afirmou, ainda, que a empresa não tem oferecido respostas rápidas o suficiente para os problemas. De acordo com Mauro Ellovitch, o Ministério Público pediu providências para evitar novos desastres com as outras barragens e estruturas remanescentes e a empresa tinha até o dia 9 de janeiro para apresentar plano que falasse quais seriam os piores cenários possíveis e quais seriam as providências. “Diante dessa tragédia, não podemos nos dar ao luxo de sermos otimistas, precisamos estar preparados para o pior”, disse. A empresa teria entregue o documento solicitado incompleto e com atraso. “Eles apresentaram cinco cenários de rompimento possíveis, com a altura que a lama alcançaria e a velocidade em que chegaria às comunidades, mas não apresentou nenhuma medida a ser tomada em cada cenário”, disse. Ele classificou tal atitude como “inaceitável”. Fonte-Assessoria de Comunicação ALMG
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