Seria uma manhã de sábado como outra qualquer para a ouro-pretana Melissa Kardinallyi da Cruz, de 35 anos, moradora do bairro Antônio Dias, se não fosse seu diagnóstico de hérnia que a deixa, em momentos de crise, totalmente imóvel e com dor intensa.
Mais desafiante ficou o sábado de Melissa, após uma negativa de apoio recebida via telefonema, feito por sua tia Juliana, para o SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. A resposta ao pedido de socorro teria sido: leve-a ao posto de saúde mais próximo, pois, esse não é um trabalho para o SAMU. A regulação médica de urgências acontece na capital, Belo Horizonte, o que, em vários momentos, dificulta a comunicação da população com o SAMU.
Considerando a situação de estresse pela qual passava a família, naquele momento, sem mais argumentações, Juliana finalizou a ligação e telefonou imediatamente para o Corpo de Bombeiros que afirmou estar sem viaturas naquele momento, mas, que assim que pudessem, atenderiam ao pedido.
Segundo relatos de Melissa e Juliana, muito antes do que esperavam, uma guarnição dos Militares da 2ª Cia de Bombeiros, em Ouro Preto, estava no local e com um trabalho atencioso e efetivo, atuou na ocorrência, imobilizando-a e encaminhando para atendimento médico.
Melissa, Juliana e todos os familiares agradecem aos militares do Corpo de Bombeiros: 3° Sargento Andrade, 3º Sargento Gurita, Soldado Amorim, Soldado Neto e Soldado Guimarães Phillipi.
Para que a população saiba quais são os casos nos quais o Serviço deve atuar, mostramos aqui a relação de situações:
Quando chamar o SAMU:
- Na ocorrência de problemas cardio-respiratórios;
- Intoxicação exógena e envenenamento;
- Queimaduras graves;
- Na ocorrência de maus tratos;
- Trabalhos de parto em que haja risco de morte da mãe ou do feto;
- Em tentativas de suicídio;
- Crises hipertensivas e dores no peito de aparecimento súbito;
- Quando houver acidentes/traumas com vítimas;
- Afogamentos;
- Choque elétrico;
- Acidentes com produtos perigosos;
- Suspeita de Infarto ou AVC (alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo e desvio da comissura labial são os sintomas mais comuns);
- Agressão por arma de fogo ou arma branca;
- Soterramento, Desabamento;
- Crises Convulsivas;
- Transferência inter-hospitalar de doentes graves;
- Outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso.
Quando não chamar o SAMU:
- Febre prolongada;
- Dores crônicas;
- Vômito e diarreia;
- Levar pacientes para consulta médica ou para realizar exames;
- Transporte de óbito;
- Dor de dente;
- Transferência sem regulação médica prévia;
- Trocas de sonda;
- Corte com pouco sangramento,
- Entorses;
- Cólicas renais;
- Transportes inter-hospitalares de pacientes de convênio;
- Todas as demais situações onde não se caracterize urgência ou emergência médica.
A regulação do SAMU de Ouro Preto e Mariana é realizada pela Central de Regulação do SAMU de Belo Horizonte desde 2015. A central de regulação é responsável pelo processo de triagem dos chamados, recolhimento das informações das vítimas e prestação de orientações iniciais básicas ao solicitante.
A Portaria nº 2.657, de 16 de dezembro de 2004, que e estabelece as atribuições das centrais de regulação médica de urgências das Centrais SAMU-192 deixa clara a importância do Serviço para o pronto acolhimento dos cidadãos acometidos por agravos urgentes, julgando a gravidade de cada caso e discernindo sobre os meios necessários à sua adequada resolução.
Segundo Secretário de Saúde de Ouro Preto, Leandro Moreira, não há perspectiva nem planejamento de retorno da regulação do SAMU para a cidade, tendo em vista que trata-se de uma pactuação estadual. O governo do estado faz o direcionamento de quantas bases do SAMU estarão associadas e uma regulação. Leandro cita ainda que existe uma grade de referência de urgência e emergência, que nos vincula à capital, Belo Horizonte.
Exemplificando, o secretário fala de cidades como Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Jeceaba, Entre Rios e outras, estão vinculadas à regulação da cidade de Barbacena.
Atualmente o CIAS - Consórcio Aliança para a Saúde - realiza a gestão dos SAMUs de municípios da Macro Região Centro de Minas Gerais a saber: Ouro Preto, Mariana, Caeté e Sabará. O CIAS também faz a co-gestão da regulação de todos os SAMUs da Micro Região de Belo Horizonte.
O Jornal Voz Ativa não encontrou um telefone de Ouvidoria do CIAS para reclamações. No site do consórcio há um número de telefone fixo, digitado erradamente e um número de celular, para qual ligamos algumas vezes sem sucesso.
pessoas podem e acabam morrendo por causa do péssimo atendimento do SAMU, já passei situações de desespero quando precisei…