Foto- Duda Salabert ministra palestra para alunos da Universidade Federal de Ouro Preto Crédito-João Paulo Teluca Silva O Brasil é líder no ranking de países com mais registros de homicídios de pessoas transgêneras. Só nos últimos oito anos, o país matou pelo menos 868 travestis e transexuais, de acordo com dados publicados pela ONG Transgender Europe. Vale salientar que dados como esses são mascarados e, muitas vezes imprecisos, pela dificuldade de contabilizar os crimes. Politicamente mais visíveis, essa parcela excluída da sociedade brasileira luta diariamente contra uma rotina de violência e direitos básicos negados. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a exemplo do fez nas eleições anteriores, está mapeando as pré-candidaturas e candidaturas de Travestis, Mulheres Transexuais, Homens Trans e demais pessoas Trans, a fim de acompanhar o processo de introdução de nossa população no Legislativo. Primeira candidata transexual ao Senado Em dia de definições de candidaturas, o Psol de Belo Horizonte lançou neste sábado, durante convenção do partido, o nome da professora Duda Salabert, para o Senado. Ela será a primeira candidata transexual a disputar o cargo na história. Priorizando o tema educação, o partido também lançou as candidaturas das professoras Dirlene e Sara na disputa ao governo do estado. A vereadora Áurea Carolina tentará uma vaga na Câmara dos Deputados. No último sábado (28), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), lançou, durante convenção do partido, o nome da professora de literatura, ambientalista, idealizadora e presidenta da ONG Transvest (BH), Duda Salabert, para o Senado. Salabert, que tem como vice a também professora Sara Azevedo, será a primeira candidata transexual a disputar esse cargo na história do país. Pela primeira vez na história da América Latina um corpo trans pleitea esse cargo político. Nós representamos um projeto de transformação no meio de tantos homens tradicionais. O partido trará para a política a educação como pauta central. Se eles vêm com a bancada do boi e da bala, nós viemos com a bancada da Educação”, afirmou a candidata. No Planalto Central
Também durante convenção partidária no último sábado, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) lançou a candidatura de Paula Benett à Câmara dos Deputados do Distrito Federal. Benett é a primeira mulher transexual a concorrer ao cargo. A assistente social é representante da RedeTrans no DF e conselheira do Conselho da Mulher do DF. Entre as suas pautas estão: o combate à LGBTfobia, ao machismo e ao racismo, além da erradicação das desigualdades sociais e a luta contra a corrupção.
Em seu perfil do Facebook, Paula se manifestou contra os comentários negativos acerca de sua candidatura. “Representando e incomodando conservadores, olhem os comentários, triste ver que existem pessoas que não conseguem respeitar as outras e ainda fazem questão de agredir, mas isto me dá mais força para lutar e continuar por uma sociedade que respeite a sua diversidade”.
Oxigenar o cenário político
link com um formulário a ser preenchido pelas candidatas e candidatos transexuais que pleiteiam vagas na política nacional . A ação, de acordo com a associação, tem como objetivo apoiar, incentivar e garantir o pleno exercício do direito à comunidade se candidatar. Em 2016, a Antra registrou 89 candidaturas, destas, 11 pessoas Trans foram eleitas. A expectativa é que em 2018 haja ainda mais participação.
A transexual Loren Alexsandre, 58, conhecida como “Loren Rainha do Buá” é presidente do Movimento de Gays, travestis e transformistas (MGTT) e será pré-candidata a deputada estadual pelo Rio de Janeiro, representando a sigla MDB Mulher. Loren Rainha do Buá é responsável há 18 anos pela organização da Parada LGBTI de Madureira, na Zona Norte do Rio, que neste ano levou como tema: “Vote certo para não chorar. Queremos renovação já”.
Com forte base eleitoral na Zona Norte do Rio, a pré-candidata à Assembleia Legislativa do Rio visa pautar propostas que impacte positivamente na vida da população fluminense.
“O político precisa legislar para o povo, defender os interesses da população, provocar mudanças no sistema através de leis que, de fato, atenda às necessidades básicas e de direito da população”. afirma Alexsandre.
Para a candidata, essas eleições serão cruciais para definir o futuro do Estado, e o impacto nos municípios. “Precisamos oxigenar o cenário político, trazer novos nomes e propostas com chances de resultados efetivos em curto prazo- não somente eletivas”, analisa Loren.
“Aceitei o convite do partido em respeito à população LGBTI e pelas minorias, pois nós da diversidade somos usados em campanhas eleitorais, e quando eles são eleitos, não temos voz, somos esquecidos. Os políticos se escondem e saem pelas portas dos fundos para não nos receber. Minha campanha será feita para quem não aguenta mais essa velha política. Saúde, educação, empregabilidade sem violação dos diretos humanos e cultura será minha principal plataforma”, conclui. Em 1998, Loren foi à primeira trans no mundo a ter uma sigla. Concorreu para deputada federal pelo PP.
Candidatura 2018
A Antra disponibilizou em seu site, um
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