Foto-Serra do Trovão Crédito-Rejane Fortes Uma das principais atrações naturais dos distritos de Lavras Novas e Chapada, em Ouro Preto, pode estar com os dias contados. Um projeto de implantação de linhas de transmissão de energia prevê a instalação de 10 torres de 50 metros de altura na Serra do Trovão (também conhecida como Serra do Buieié). De acordo com o projeto apresentado na terça-feira, 17, na sede da prefeitura pela empreendedora Mantiqueira Transmissora de Energia S.A., o traçado prevê a ligação entre a sub-estação de Itabirito 2 até Barro Branco (Mariana) e terá um trecho sobre a Serra do Trovão (Buieié). Representantes da comunidade da Chapada, presentes na reunião, criticaram o projeto alegando que provocará grande impacto ambiental e econômico nos distritos. Segundo Sérgio Gadelha, presidente da ONG ambientalista Serra do Trovão, a área é um importante corredor ecológico posicionada entre o Monumento Natural de Itatiaia (Ouro Branco) e o Parque Estadual do Itacolomi auxiliando na manutenção da biodiversidade e das nascentes. “É uma região muito preservada e existem dezenas de nascentes na serra, inclusive a que abastece o distrito da Chapada. O impacto ambiental gerado pela instalação das torres com a abertura de acesso a tratores e caminhões certamente comprometerá as nascentes”, contestou. A presidente da Associação do Moradores da Chapada, Ana Conceição (Preta) lembrou que serra faz parte do complexo Estrada Real e que existem duas trilhas antigas de acesso entre Lavras Novas e Chapada ainda hoje muito utilizadas por turistas e que o impacto visual das torres irá prejudicar o ecoturismo na região”. O secretário municipal de meio ambiente, Antenor Barbosa, manifestou grande preocupação com o projeto. Parque Serra do Trovão Estudos preliminares para a criação de uma Unidade de Conservação (UC) na área da Serra do Trovão (Buieié) vem sendo realizados pela UFOP e ONG Serra do Trovão. De acordo com o projeto estruturador, ainda em desenvolvimento, a serra é uma importante formação rochosa com mais de 3 km de extensão e altitute de 1467 metros. A riqueza e a fragilidade dos ecossistemas locais, aliados às características bióticas, estéticas e culturais, reiteram a vocação para a preservação e favorecem a criação da UC na área. A região é também alvo de interesse do Comitê da Bacia Hidrográfico do Rio Piranga, já que suas nascentes abastecem o Rio Gualaxo do Sul afluente do Rio Doce.
Deixar Um Comentário