Prefeitura não resolveu nada sobre Fábrica de Tecidos e prazo está no fim

Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto (IA) aguarda decisão da Prefeitura Municipal quanto ao prédio da Antiga Fábrica de Tecidos

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Por Tino Ansaloni Publicado em 30/09/2016, 08:07 - Atualizado em 30/09/2016, 08:07
Para que a cidade não pague ao Ministério do Turismo multa e retroativos de aproximadamente R$ 5 milhões, numa única parcela, referente à obra não realizada na antiga fábrica, a saída mais plausível, depois de anos de negociação, seria mudar o objeto do Convênio de ‘Centro de Convenções’ para ‘Museu’, mas a prefeitura não dá retorno sobre o assunto. Desde janeiro de 2013 o IA - Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto vem tentando uma tratativa com a Prefeitura Municipal de Ouro Preto para construir sua sede na Antiga Fabrica de Tecidos no bairro do Padre Faria. Em 2006, a prefeitura de Ouro Preto firmou um convênio com o Ministério do Turismo para transformar a Antiga Fábrica de Tecidos no Centro Municipal de Eventos de Ouro Preto (MG). No entanto, apesar de o projeto ter sido concebido em 2005, as obras terem sido iniciadas em 2008 e milhões de reais já terem sido investidos nesse empreendimento, ele não foi entregue em 2011 como era previsto. Em 2016, ano em que o convênio expira, as obras estão em ritmo lento, as transformações na construção não ocorreram e o prédio continua longe de se transformar em um centro de eventos. Segundo os termos do convênio, a prefeitura de Ouro Preto tem apenas 03 meses - até dia 30 de dezembro de 2016 - para finalizar a obra do Centro Municipal de Eventos. Após prorrogações e aditivos, a obra está longe de ser finalizada. Se o empreendimento não for entregue ao final desse prazo, todo o investimento de milhões de reais feito até agora no local será em vão e o sonho de um espaço de cultura e lazer na região será destruído. Diante dessas dificuldades, foi pleiteada à prefeitura de Ouro Preto uma mudança no convênio. “Talvez essa seja a única saída para que a cidade de Ouro Preto não pague uma multa ao Ministério do Turismo e ganhe um instituto de arte contemporânea que dará continuidade as questões etnográficas da cidade e seu entorno. Ao contrário disso, o município terá que devolver, em uma única parcela ao Ministério, um valor aproximado de R$ 5 milhões de reais. E é certo que a obra não será finalizada. Como eles farão em 03 meses, com saldo na conta do convênio em torno de R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil) o que não fizeram em 10 anos?”, indaga Bel Gurgel, presidente do IA e idealizadora do Museu. Afinal, essa demora é prejudicial para a cena cultural da região e para a comunidade em si, privada de um novo polo de lazer e cultura, além da não geração de empregos e oportunidades. A vice-presidente do IA, a artista Vera Café, diz: – “Fora isso, estamos sofrendo assédio moral da Prefeitura já há anos. Tivemos inúmeras reuniões, acordos e nada foi pleiteado. Isso é assédio moral da prefeitura com a nossa Instituição!”. Nossa proposta é que, em vez de um Centro Municipal de Eventos, a prefeitura passe o comodato da Antiga Fábrica de Tecidos por 50 anos para o Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto (IA). Com essa mudança, o IA ficaria responsável por todo o investimento, reforma e transformação do local em um verdadeiro complexo artístico que beneficiaria, em bem pouco tempo, todos os moradores da região, proporcionando uma revitalização da arte popular, da tradição e de suas raízes, além de atrair turismo e ainda mais cultura para a cidade. Foram concedidos pelo Ministério do Turismo um valor de R$ 2 milhões, e em contra partida o município teria que investir mais R$ 1,5 milhões, mas nenhuma prestação de contas foi realizada até o momento. A direção e o conselho do IA desejam conseguir esse comodato, pois a antiga fábrica, além da linha férrea, possui logística adequada para o trânsito - chegada e partida - das obras via a rodovia. O próprio Ministério do Turismo acha muito mais adequado o Museu incorporar o Centro de Convenções, pois teríamos um museu aonde o público chegaria via trem em Ouro Preto. Mas não existe diálogo com a Prefeitura, eles não respondem e-mails nem mesmo telefonemas. O INSTITUTO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE OURO PRETO (IA) O Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto (IA) trará novos ares à comunidade e a toda região, impulsionando tanto um novo ambiente cultural como turístico, além de gerar empregos à comunidade e revitalizar o entorno. Um estudo de fundo setorizado a ser realizado na região permitirá desenhar um programa de trabalho social enfocado na criação de vínculos com escolas, artesãos, cooperativas e outros membros dessas comunidades. As comunidades do entorno, além do Padre Faria, serão diretamente atingidas muito positivamente com a inserção do instituto: Caminho da Fábrica – Santa Cruz. Alto da Cruz também está próximo do futuro museu, incluindo 13 de maio, 15 de agosto, Morro da Queimada, Piedade, Taquaral, Morro Santana os quais tem uma identidade forte com o bairro do Padre Faria e Santa Cruz. Até mesmo o Alto das Dores, Santa Efigênia e Antônio Dias.‘Jacubas e Mocotós’ serão atingidos através da economia criativa. O IA impulsionará, assim, o bem-estar social da região por meio da arte e suas distintas disciplinas, desenvolvendo projetos educativos de intercâmbio cultural, proteção ao meio ambiente e infraestrutura. Os projetos, que serão elaborados pelos residentes com assessoria do IA, incluem oficinas, intercâmbios, ciclos de cinema, ciclos de música e outras atividades que promovam o desenvolvimento e a interação entre os participantes. O Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto (IA) é uma associação civil sem fins lucrativos financiada por donativos públicos e privados, que tem como objetivo o compromisso social por meio da arte. Por toda nossa vivência, estamos convencidos que o encontro pessoal com a arte, seja ela erudita ou popular, tem um impacto positivo na vida das pessoas. É por isso que o Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto focará em residências artísticas, dança, cinema, música, oficinas e exposições, e apresentará projetos elaborados tanto por artistas residentes como por artistas já consagrados nacional e internacionalmente, e que serão especialmente voltados para a comunidade local.

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