O advento das novas tecnologias, a evolução e a socialização da Internet e, notadamente, a popularização e adesão das mídias sociais, tem influenciado de forma evidente o modo de se fazer e até mesmo de se pensar o jornalismo. Essa reinvenção é percebida, sobretudo, no jornal impresso. Atualmente, a migração dos chamados meios tradicionais para a plataforma web não é apenas uma tendência, trata-se de uma forte realidade. A afirmação acima é evidenciada através da leitura do artigo científico intitulado: “Quando o regional torna-se global: a marca do jornal impresso local fortalecida e perpetuada na internet”, de autoria do jornalista Allan Muller da Silveira Almeida. Allan é aluno egresso do curso de jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e pós-graduado em Comunicação Estratégica com ênfase em Branding pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Responsável pelo departamento de Comunicação da Cooperativa de Supermercados Cooperouro, ele trabalha há mais de quatro anos no setor. Orientado pela professora Silvana Chiaretto, em seu artigo científico, Allan explora (através de um interessante estudo de caso amparado por uma metodologia e pesquisa bibliográfica consistente) a trajetória do "Jornal Voz Ativa”. Em 2008 este jornal mudou o seu formato impresso quinzenal para, exclusivamente, digital. Com isso, conquistou um alcance maior, devido às vantagens proporcionadas por essa nova plataforma. “Facilidade, economia em relação aos custos de impressão e diagramação, agilidade e dinamismo do veículo”. Além disso, a amplitude geográfica proporcionada pela Internet faz com que jornais como o Voz Ativa deixem de ter um caráter meramente regional”. Esses são os principais pontos positivos apontados pelo jornalista. “Com a inserção na internet, o Jornal Voz Ativa deixou de ser regional para conquistar o mundo. Em três anos online, a marca tem se consolidado a cada dia. O relatório administrativo do site mostra o alcance direto do material veiculado. A reportagem mais vista possui mais de 57 mil acessos. Se fossemos avaliar pelo local, seria quase que a população total de Ouro Preto”, complementou Allan. O diálogo direto com diferentes canais e públicos em rede também conta como importante diferencial ao comparar a plataforma web em detrimento aos impressos. De acordo com Allan Almeida “as publicações do “Jornal Voz Ativa” na página no Facebook, por exemplo, ganham grande adesão dos seguidores. Isso é um reflexo da fidelização da marca junto ao seu público alvo. O Jornal Voz Ativa torna-se referência quando se busca factualidades de Ouro Preto e região”. Contudo, essa migração não é característica apenas de jovens impressos ou realidade das chamadas “mídias alternativas”. Jornais consolidados também estão aderindo à essa mudança. “O Jornal do Brasil é um exemplo pertinente. A partir de 2010, toda a sua produção gráfica foi transferida para a plataforma web. A principal justificativa desta transição? Redução de custos e maior abrangência! O jornal, adquirido na ocasião por um novo grupo, teve a sua versão impressa abolida. Apesar deste exemplo empreendedor, não podemos nos esquecer que ainda há muita relutância por parte dos veículos impressos mais tradicionais”, ressaltou Allan. A migração dos jornais impressos (sobretudo os regionais) para a internet contribui para o rompimento das barreiras locais e a perpetuação de sua marca e seu conteúdo na internet. Isso acontece porque “a internet ajuda a romper limites geográficos, quebrando a ideia de que a comunicação comunitária está restrita a um limite territorial”, finalizou o autor do artigo. Em se tratando deste novo processo comunicacional, não se pode negar que o imediatismo na divulgação de notícias e este diálogo hiperinstantâneo e hiperinterativo entre emissor e receptor é cada vez mais esperado e até estimulado por ambas as partes.
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