Rotavírus: período de chuvas aumenta riscos de contaminação

Pediatra orienta buscar atendimento médico em casos de diarreia grave em crianças. Doença pode ser contraída através de água, alimentos contaminados e fezes, inclusive nas trocas de fraldas de bebês vacinados.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 27/03/2024, 16:35 - Atualizado em 27/03/2024, 16:36
Imagem ilustrativa. Crédito — Reprodução / Freepik. Siga no Google News

Segundo o Ministério da Saúde, o rotavírus é o agente mais frequente de diarreia grave em crianças menores de cinco anos de idade e as infecções pela doença provocam mais de 200 mil mortes por ano no mundo. Os principais sintomas da doença são febre alta, vômitos e diarreia grave. O vírus causa alterações tanto estomacais - com vômitos importantes e numerosos -, como intestinais, causando diarréia aquosa, malcheirosa, volumosa e com alta frequência.

Segundo a médica pediatra do Espaço Zune, Giselle Pulice, “o rotavírus é um dos principais vírus que causam sintomas de gastroenterite graves na população, principalmente em crianças e é uma doença altamente transmissível e que evolui rapidamente. É comum que as crianças evacuem muito, às vezes mais de 20 ou 30 episódios. A consequência disso é que a criança que evacua e vomita muitas vezes ficará desidratada rapidamente, apresentando sintomas como sonolência, prostração, coração batendo rápido, diminuição de lágrimas ao chorar e diminuição da urina”.

Apesar de existir um exame de fezes para a detecção do vírus, o mais indicado é iniciar o tratamento o quanto antes. Para a pediatra, quando os pais perceberem aumento no número de evacuações e vômitos, já é indicado iniciar a hidratação com soros de reidratação oral. Se a criança não aceita o soro de reidratação oral, ou em qualquer sinal de desidratação, é importante ir ao pronto socorro para que essa hidratação seja realizada via endovenosa, que é mais eficiente.

“Quando a criança está hidratada, calculamos a quantidade de líquidos que deve ser reposto de acordo com a idade e peso e vamos reidratando oralmente de acordo com a perda em cada episódio de diarreia ou de vômito. Mas, quando a criança já está desidratada, é importantíssimo ir a um ambiente hospitalar e receber hidratação via endovenosa, que é muito mais eficiente. O médico irá avaliar a necessidade de remédios antieméticos e antidiarreicos, que devem ser usados com cautela. Bebês pequenos com rotavírus costumam ter muita assadura devido fezes mais ácidas, as pomadas de assadura são essenciais nesse período”, alerta a médica.

Cuidados com a criança vacinada para evitar contaminação

A transmissão se dá por via fecal-oral, por meio do contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados e propagação aérea por aerossóis. Por isso, os cuidados básicos de higiene com alimentos, destinação correta do lixo e com a qualidade da água consumida são algumas das maneiras mais eficientes de se proteger contra a doença. Além disso, o rotavírus pode ser encontrado em altas concentrações nas fezes de crianças infectadas ou recém vacinadas. A troca das fraldas nos 30 dias após a vacinação precisa de atenção e cuidados de higiene redobrados.

Para os pais e cuidadores, o contato com a criança vacinada tem riscos de contaminação. Ao receber as gotinhas da vacina, a troca das fraldas nos 30 dias após a vacinação precisa de atenção e cuidados de higiene redobrados, já que as fezes da criança estão contaminadas. O indicado é que apenas um cuidador faça essas trocas para evitar que a doença se espalhe na família.

Segundo informações da Agência Einstein, o esquema de vacinação do SUS contra o rotavírus humano é de duas doses, exclusivamente via oral aos dois e quatro meses de idade, sendo que a primeira dose pode ser administrada a partir de um mês e 15 dias e, a segunda dose, pode ser administrada a partir de três meses e 15 dias até sete meses e 29 dias. Na rede particular, a vacina é administrada em três doses, aos dois, quatro e seis meses.

“A vacina age das duas maneiras: protege a criança de se contaminar e também ameniza os sintomas em caso de contaminação. As crianças vacinadas, quando expostas, tem sintomas mais brandos. No Brasil existem dois tipos de vacinas: a vacina do SUS é monovalente, ou seja, protege contra um tipo mais comum do rotavírus, enquanto nas redes particulares de vacinação é possível vacinar com o tipo pentavalente, ou seja, contra os cinco principais tipos do vírus”, ressalta a pediatra Giselle Pulice.

Cuidados para evitar contaminação

  • Manter a vacinação em dia;
  • Lavar sempre as mãos das crianças e adultos, com água limpa e sabão, antes e depois de utilizar o banheiro e preparar ou manipular alimentos;
  • Usar álcool quando não for possível a lavagem das mãos;
  • Tomar cuidado com a limpeza e troca de fraldas de bebês vacinados por 1 mês;
  • Aumentar o consumo de líquidos;
  • Evitar contato com pessoas e crianças com diarreia;
  • Descartar fraldas e lixo corretamente, evitando a contaminação de solo e água;
  • Lavar e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos e conservar alimentos perecíveis na geladeira;
  • Aleitamento materno seguindo as recomendações do Ministério da Saúde (exclusivamente até os seis meses e continuada até os dois anos de idade, pois os anticorpos da mãe também protegem o bebê).
Foto - A médica pediatra Giselle Pulice. Crédito - Reprodução.

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