Pacientes hemato-oncológicos e Covid-19, algumas informações importantes sobre o assunto

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Por João Paulo Silva Publicado em 13/07/2021, 12:56 - Atualizado em 13/07/2021, 15:44
Foto – Nossa entrevistada foi a Drª Luciana Barros Quintão Lares / Crédito-Tino Ansaloni Siga no Google News

Leia também: Médica da Dom Oncologia fala sobre os tipos de cânceres mais comuns no país, prevenção e diagnóstico.

Nós conversamos, na segunda-feira (28), com a hematologista Luciana Barros Quintão Lares que atua na Unidade Inconfidentes da DOM Oncologia em Ouro Preto-MG.

A equipe de reportagem do Jornal Voz Ativa visitou, no início da tarde de (28/06), a Unidade Inconfidentes da DOM Oncologia. Situada no anexo da Santa Casa de Misericórdia, o serviço de diagnóstico, tratamento e prevenção do câncer foi inaugurado no dia 27 de novembro de 2020 em Ouro Preto.

O jornalista Tino Ansaloni conversou com a médica Luciana Barros Quintão Lares que falou da especialidade médica, comentou os impactos da pandemia nos pacientes hemato-oncológicos, as vacinas contra a Covid-19 para esse grupo, a importância de manter a rotina de exames e telemedicina.

https://youtu.be/uK57rrDKv8A

Doutora Luciana explica que “hematologia é a especialidade médica que diagnostica, trata, e estuda as doenças das células do sangue, como: anemias, plaquetas baixas e alterações dos glóbulos brancos”. Ainda de acordo com a médica, a especialidade abarca desde distúrbios da coagulação, até cânceres das células do sangue. “Todo o estudo, análise e tratamento relacionado às transfusões e às doenças das células do sangue estão dentro do escopo da hematologia”.

Importância do diagnóstico

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a médica comentou o impacto do tratamento hemato-oncológico e a redução dos índices de casos diagnosticados, talvez fruto do medo das pessoas em procurarem esses tipos de clínicas já que elas têm receio de se contaminar.

“As neoplasias hematológicas geralmente podem ser diagnosticadas mais facilmente do que os tumores sólidos. Ainda assim, nós temos visto um impacto, com redução desses diagnósticos no período da pandemia. Houve uma redução nos índices dos casos diagnosticados de um ano para o outro. São pacientes, provavelmente, que estão em casa, ficaram doentes e o diagnóstico ainda não foi feito”.

Luciana Barros Quintão Lares ressaltou a importância, principalmente nesse momento, dos pacientes que notaram alguma alteração no quadro de saúde, procurarem a assistência e fazer o diagnóstico correto. “Ter uma proposta de tratamento nesse momento pode ser muito importante e definidor para um acompanhamento. O profissional hematologista, já habituado a lidar com essas questões, é capaz de esclarecer para o paciente o risco que ele corre naquele momento e traçar estratégias para minimizar os impactos da Covid-19 no contexto hematológico que aquele paciente apresenta”.

Sem contraindicação

De acordo com a médica hematologista, não há contraindicação formal a nenhuma das vacinas que já foram autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em relação aos pacientes com doenças onco-hematológicas ou doenças hematológicas.

“O que existem são algumas orientações em relação a alguns tratamentos. O paciente que foi transplantado, por exemplo, tem a orientação sobre o momento em que essa vacina pode ser aplicada, o mesmo acontece com os pacientes com algumas medicações específicas. Mas não há nenhuma contraindicação formal a esses pacientes. Por se tratar de pacientes imunossuprimidos, eles devem se vacinar. Sempre com a orientação do profissional que vai individualizar o momento de tratamento daquele paciente com a questão da vacinação”.

Uma realidade conhecida

Ainda de acordo com a médica, a pandemia de Covid-19 trouxe um receio muito grande para as pessoas que passaram a viver sob um risco até então desconhecido. No entanto, como os profissionais da saúde já estão vivendo essa realidade desde março do ano passado, eles já se estruturaram para que esse atendimento seja feito com mais segurança.

“Às pessoas que estão passando por problemas de saúde na atualidade, a principal questão é entender que os profissionais que as assistem são capazes de orientá-las para minimizar esse medo. A vacinação está vindo, além disso, as ferramentas que nós temos hoje, estão mais claras em relação à pandemia, isso inclui a prevenção, cuidado e organização dos serviços de saúde para manter e prestar assistência adequada aos pacientes. O que vai reduzir essa insegurança, esse medo, e o impacto psicológico que a Covid-19 trouxe é uma informação correta e atualizada com frequência pelos profissionais que lhes conhecem e sabem do seus problemas de saúde”.

Rotinas de exames

Doutora Luciana também chama a atenção para uma rotina que muitas vezes pode salvar a vida das pessoas: os exames preventivos regulares. “Esse fato é extremamente importante. O que nós estamos vendo na pandemia, mesmo os pacientes que mantiveram o tratamento oncológico, é que eles deixaram de lado alguns seguimentos e algumas avaliações preventivas regulares. Pacientes que abandonaram a avaliação ginecológica preventiva, o acompanhamento cardiovascular, além do segmento do diabetes. Isso não pode ficar de lado. Isso é a sua saúde”. A médica dá importantes dicas para aqueles que deixaram de lado a prevenção: “De forma segura, agendar essas avaliações, tentar colocar, novamente, em dia essas rotinas que você já tinha e que foram deixadas de lado”.

Telemedicina

Por fim, doutora Luciana explicou uma prática que ganhou força no cenário pandêmico: a teleconsulta ou telemedicina. A opção pode trazer praticidade, conforto e otimização do tempo tanto para os profissionais da saúde quanto para os clientes, no entanto, deve ser usada de forma coerente.

“Com a pandemia, a telemedicina virou uma ferramenta mais conhecida e utilizada. Já existem algumas normativas sobre isso, mas essas questões estão avançando muito rápido frente à demanda trazida pela pandemia. Em pacientes que têm mais dificuldades e estão mais distantes desses centros de atendimentos, a telemedicina é uma alternativa até para definir se aquela demanda presencial se justifica ou pode ser adiada”.

Entretanto, como doutora Luciana fez questão de deixar claro, “a telemedicina é uma forma disponível para atendimento de pacientes, mas não é uma substituição formal do atendimento presencial. Pode ser uma maneira de avaliar a demanda clínica e a necessidade de atendimento presencial”.

A DOM Oncologia dispõe de atendimento de telemedicina em hematologia, sendo possível agendamento de pacientes oncológicos. “Mas ressaltamos que é uma avaliação inicial e dentro desse atendimento vai ser pontuada a necessidade de uma consulta presencial. É uma ferramenta que foi implementada às pressas durante a pandemia, mas que veio a solucionar uma demanda que nós vimos que foi crescente”, finaliza.

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Caso você tenha dúvidas sobre o assunto abordado, basta comentar na postagem que a profissional da saúde irá esclarecer suas indagações.

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