Médica da Dom Oncologia fala sobre os tipos de cânceres mais comuns no país, prevenção e diagnóstico.

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Por Lígia Araújo Milanez - Médica oncologista da DOM Oncologia Publicado em 13/07/2021, 13:47 - Atualizado em 13/07/2021, 13:56
Foto – Lígia Araújo Milanez – médica oncologista da DOM Oncologia / Crédito – Tino Ansaloni Siga no Google News

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Diversos fatores podem fazer com que um tipo de tumor seja mais incidente em determinada região, desde questões genéticas daquela população até questões epidemiológicas (como a idade dos indivíduos), ambientais (como a maior exposição à radiação solar) e culturais (como dieta desequilibrada e altas taxas de obesidade).

Segundo estimativas do INCA - Instituto Nacional do Câncer, para os anos de 2020-2022, os tipos de cânceres mais comuns no Brasil, de acordo com o sexo, serão: para homens, câncer de próstata (29,2%), câncer de cólon e reto (9,1%) e câncer de pulmão (7,9%); já para mulheres temos o câncer de mama (29,7%), de cólon e reto (9,2%) e câncer do colo do útero (7,4%).

https://youtu.be/EW0u0Wne6Ao

Essa diferença entre os sexos se dá por questões anatômicas, mas também por questões fisiológicas (por exemplo, hormonais) e comportamentais (sabe-se que as taxas de tabagismo é maior entre indivíduos do sexo masculino, o que pode aumentar a prevalência do câncer de pulmão nessa população).

Diferentes tumores apresentam diferentes fatores de risco. Alguns, como cigarro e álcool, podem ser controlados; outros, como predisposição genética e idade, não. A presença de um ou mais fatores de risco não significa, necessariamente, que o indivíduo desenvolverá a doença.

O contrário também pode ocorrer, ou seja, indivíduos sem fatores de risco podem apresentar determinado câncer. Em geral, o surgimento da doença se dá por questões multifatoriais.

Considerando-se os fatores externos, medidas comportamentais que podem reduzir o risco de cânceres em geral incluem:

● Dieta balanceada, rica em vegetais e pobre em alimentos processados

● Realização de atividade física

● Interrupção do tabagismo (de todos os tipos)

● Interrupção do etilismo

● Realização de sexo com preservativo (sexo vaginal e/ou anal e/ou oral)

● Vacinação contra HPV (no SUS, disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos)

● Vacinação contra hepatite B (no SUS, disponível para todas as idades)

● Redução de exposição solar (usar protetor solar, chapéu/boné, evitar sol entre 10h e 16h)

Em relação aos fatores genéticos, uma vez identificada uma mutação nos genes daquele indivíduo (geralmente quando há uma história familiar fortemente positiva para determinados tipos de tumores), deve-se realizar exames de rastreamento conforme orientado em diretrizes específicas.

Considerando-se os exames de rastreamento na população geral, as orientações do Ministério da Saúde são:

● Câncer de mama: realizar mamografia a cada 2 anos para pacientes entre 50 e 69 anos.

● Câncer de colo uterino: realizar preventivo do colo do útero (Papanicolau) nas mulheres entre 25 e 64 anos, que têm ou já tiveram atividade sexual. Os dois primeiros exames devem ser feitos com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, o exame passará a ser realizado a cada três anos.

● Câncer colorretal: realizar pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia, a partir dos 50 anos.

● Câncer de próstata: não recomendado rastreio na ausência de sintomas. Sabe-se que tumores diagnosticados em estágios iniciais têm maior chance de cura. Nesse sentido, o “Julho Verde” surgiu para aumentar a conscientização, prevenção e diagnóstico precoce dos cânceres de Cabeça e Pescoço, já que dia 27 de julho é conhecido como o “Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço”.

Esses tumores têm como principal fator de risco o tabagismo e, quando associado ao alcoolismo, há aumento importante da chance de se desenvolver esses tipos de cânceres.

Outros fatores como exposição solar desprotegida também podem estar associados. Atenção especial deve ser dada a alguns sintomas que podem estar associado a esses tumores:

● Lesões (feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias

● Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas

● Nódulos (caroços) no pescoço

● Rouquidão persistente

● Dificuldade de mastigação e de engolir

● Dificuldade na fala

● Sensação de que há algo preso na garganta

● Dificuldade para movimentar a língua

Medidas comportamentais que podem reduzir o risco dos cânceres de Cabeça e Pescoço incluem:

● Cessar o tabagismo

● Cessar o etilismo

● Manter boa higiene bucal

● Vacinar contra HPV

● Praticar sexo oral com preservativo

● Manter cuidados com a exposição solar Lígia Araújo Milanez - médica oncologista da DOM Oncologia

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