Coletivo Indígena participa de reunião na Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Ouro Preto

“A gente luta contra o apagamento da nossa cultura e do nosso povo", disse o cacique Danilo Borum-Kren.

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Por Juliana Rodrigues / Revisão: Victor Stutz Publicado em 26/01/2023, 19:06 - Atualizado em 26/01/2023, 19:06
Foto – Reprodução. Crédito – Juliana Rodrigues Siga no Google News

O que é ser indígena no século XXI? Esse questionamento direcionou a primeira reunião entre os integrantes do Coletivo Borum-Kren Vivos e Fortes, realizada na Secretaria de Desenvolvimento Social, na última quarta-feira, 18 de janeiro.

Na ocasião, o cacique Danilo Borum-Kren, líder do Coletivo Borum-Kren, grupo indígena de Botocudos da Região dos Inconfidentes em Minas Gerais, falou sobre os desafios enfrentados: “A gente luta contra o apagamento da nossa cultura e do nosso povo. Foram 210 anos de violência e, hoje, as pessoas não sabem mais o que é ser indígena, não se reconhecem fruto dessa ancestralidade, dessa cultura que é muito rica e viva”.

Metas e ações para o ano de 2023 também foram discutidas, como a busca de parcerias com instituições educacionais para difundir a cultura, saberes e fazeres ancestrais indígenas; a realização de palestras e oficinas, como a modelagem de argila e queima de peças seguindo a tradicional prática indígena; a organização de festividades comemorativas do Dia Nacional da Consciência Indígena, que acontece em 20 de janeiro, do Dia do Indígena, em 19 de abril, do Dia Internacional dos Povos Indígenas, em 9 de agosto, e do Dia Internacional da Mulher Indígena, em 5 de setembro.

Outra atividade proposta é a execução de um censo para identificar a população e as famílias indígenas de Ouro Preto. Para o censo, um questionário será elaborado pela Diretoria de Igualdade Racial, juntamente com a liderança do Povo Borum-Kren e de representantes do CRAS (Centro de Referência da Assistência Social). Participam desse grupo Bárbara Flores, Danilo Borum-Krem, e Suélem Cristiane dos Santos.

Inicialmente, a aplicação do questionário será realizada em formato presencial, pelos CRAS, e em modelo virtual, por meio de plataforma online ainda a ser definida. “A partir deste levantamento, vamos saber quem são essas famílias indígenas que estão nessa região e vamos trabalhar com políticas públicas sociais para o fortalecimento e a revitalização cultural”, afirma Bárbara Flores.

O secretário de Desenvolvimento Social, Edvaldo Rocha, destacou a importância dessa iniciativa: “O trabalho promoverá um resgate da identidade em um cronograma de atividades contínuas, inclusive, com mostras de cinema indígena e rodas de conversa, debates e festivais. Eu acho que a arte é o melhor caminho”.

Os interessados em participar do coletivo ou que desejam saber mais sobre a cultura indígena em Ouro Preto podem contactar o coletivo pelas redes sociais @borumkren_vivosefortes ou por intermédio da Casa de Cultura Negra, pelo telefone (31) 3552 5870.

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