Parte 1
Escrevi a primeira parte desta crônica a menos de meia dúzia de horas para a Live do relançamento oficial do meu livro de crônicas “As verdades que as mulheres não contam”, pela Editora Chiado Books, de Portugal. O bate-papo foi por meio de uma Live com a Bethânia Brum, administradora da Livraria São José, em Ouro Preto (MG).
“As verdades que as mulheres não contam”: jornalista mineira relança livro de crônicas
O livro que lancei a primeira versão, em 2007, quase me formando em Jornalismo, relanço agora mais maduro e, acredito que ainda bem divertido. Nele, trago 43 crônicas com viés cômico na maioria, mas também com textos reflexivos.
Antes do relançamento, sentia uma mistura apavorante de ansiedade com realização. Como é longo, duro, mas prazeroso o processo de escrita, produção e lançamento de um livro. Costumo falar que momento melhor não há para nós escritores - equivalente à entrada em outra dimensão. Com certeza, pela elevação de espírito. Acredito que pelo fato do poder que tem a arte de nos transformar, nos elevar e em muito nos engrandecer. Música, pintura, literatura, dança, teatro, cinema, etc - a arte nos modifica!
E, ainda antes do relançamento, agradeci a Deus pela oportunidade de lançar um livro em um país que tão pouco valoriza a literatura, a arte e a cultura.
Parte 2
Mas, apesar da mistura apavorante de ansiedade com realização em que me encontrava, seis horas antes de relançar oficialmente o livro, graças a Deus!, o bate-papo com a Bethânia foi muito agradável e exultante.
Poder falar sobre o processo de criação e publicação de um livro, que de certa maneira para nós escritores é sim como um filho, é realizador, ainda mais em um país que valoriza tão pouco a leitura. E representa a conclusão de um ciclo iniciado lá na primeira página em branco por nós escrita.
Nas 43 crônicas do livro, a maioria realmente possui viés cômico. Entretanto, acabei por perceber, no processo de pré-venda e divulgação, que outra parte do livro pode ser um tanto reflexiva. Assim como foi levantada a questão pela Bethânia, durante o bate-papo, do quanto nós mulheres não falamos a verdade, em inúmeras situações - por medo, por vergonha, por falta de oportunidade e, principalmente, pela repressão cultural que ainda permeia muitos relacionamentos - não somente os passionais.
Na primeira versão, lançada em 2007, tinha visões diferentes dos temas abordados - daí o motivo principal deste relançamento do livro: torná-lo contemporâneo. Retirei umas crônicas, incluí outras, revisei e reescrevi vários trechos.
Questionam-me se há textos autobiográficos ou que “entregam” pessoas conhecidas. Na verdade, não há uma crônica na íntegra autobiográfica ou estilo “X-9”. Mas muitas foram baseadas em fatos sim ocorridos comigo ou com conhecidos - posteriormente retirados do contexto original e que foram recriados, retrabalhados e incrementados. Questionam-me a crônica favorita. Indico três: a que abre o livro - “Cartão de descrédito”; a que deu inspiração para a capa - “O melhor amigo do homem”; e a que encerra o livro- “Eu queria ser... ”.
E entre os temas sobre relacionamentos passionais ou não, dilemas internos, desejos escancarados ou proibidos, embates e conflitos pessoais, refleti um bocado sobre a importância de se reescrever. Por fim, mudei a capa. E, nesse processo todo, consegui perceber o tanto que também mudei.
Jornalista e autora dos livros “As verdades que as mulheres não contam” e “Para alguém que amo – mensagens para um pessoal especial.
Priscilla Porto é jornalista e autora dos livros “As verdades que as mulheres não contam” e “Para alguém que amo – mensagens para um pessoal especial.
Instagram Priscilla Porto: @priscillaportoescritora
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