Empreendedorismo em Ação: Perfil socioeconômico de Ouro Preto revela pequena melhora na economia da cidade

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 08/08/2019, 14:15 - Atualizado em 08/08/2019, 14:15
Foto-Arte reprodução/ Crédito-Wendel Soares/ACEOP. Siga no Google News

Por Wendell Soares

A Federação do Comércio de bens, serviços e turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio - MG), divulgou na semana passada a nova pesquisa sobre o Perfil socioeconômico de Ouro Preto, no ano de 2018. Em conjunto com o Sesc, Senac e os sindicatos da capital e do interior, o Sistema Fecomércio MG - criado em 1938 -  levantou os dados que analisam a cidade de Ouro Preto, sob a ótica social, econômica, populacional, tributária e produtiva. A pesquisa inseriu Ouro Preto dentro da microrregião que abrange ainda Diogo de Vasconcelos, Itabirito e Mariana.

Entre os dados sobre população e eleitorado, é relevante considerar que Ouro Preto teve uma leve queda de 0,9% considerando o ano anterior, com uma população estimada em 2018 de 73.994 habitantes, destes, 82,4% aptos a votar no município. Com índice de desenvolvimento humano (IDH) avaliado em 0,741, a cidade se apresenta acima da média nacional, que é de 0,727 e de Minas Gerais com 0,731.

Arrecadação e transferências constitucionais têm oscilações em 2018

Das principais transferências arrecadadas pela União e repassadas aos municípios, Ouro Preto teve um pequeno aumento nos valores, ao considerar o ano anterior. O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) oscilou positivamente em 6,6%, contudo, o Fundeb (Para manutenção da educação básica) teve queda de 25,4%, o que gerou cerca de 6 milhões a menos no repasse realizado para a cidade.

No geral, a arrecadação ouro-pretana em 2018 teve um aumento de apenas 5,8% em relação a 2017, ultrapassando pela primeira vez em 9 anos, o patamar de 200 milhões de reais/ano. Para 2019, a previsão é de que a arrecadação municipal tenha uma melhora significativa, na casa dos 240 milhões.

Importante frisar que a arrecadação tributária abrange o ICMS além de multas, juros de mora e dívida ativa com a cidade.

Dentro do setores econômicos do município, o comércio (varejista e atacadista) que teve queda nos últimos três anos, permaneceu estabilizado, correspondendo a 9,6% da participação na arrecadação de Ouro Preto. Entretanto, é notável a redução da dependência de Ouro Preto com a indústria, que teve queda de 10 pontos percentuais, enquanto o setor de serviços atingiu seu melhor patamar de participação dos últimos 12 anos, subindo para 36,4%.

O presidente da Aceop, Paulo Ferreira, considera que “os números apontam para a tão buscada diversificação da economia na cidade. O setor de serviços tem se aprimorado, e com a retomada do turismo na cidade, aliado à realização de vários eventos, poderá conduzir a economia ouro-pretana a dias mais prósperos”. Já Genilda Golia, proprietária da Contabilidade Contgeo e membro do CRC/MG e Conselho de Contribuintes do Município, afirma “não ter visto de forma efetiva esta migração de setores”. Entretanto, ela afirma que há uma percepção do aumento do setor de serviços, que atualmente, está atuando não apenas com o consumidor mas também como auxiliar do comércio. Para Genilda “serviços voltados ao setor de tecnologia, como a obrigatoriedade do uso da nota fiscal eletrônica ou mesmo a divulgação por meios virtuais, podem aquecer o comércio, considerando as particularidades de uma cidade histórica mas apontando para o futuro”.

PIB de Ouro Preto tem queda de 20% em relação à última pesquisa

Pelo segundo ano consecutivo e considerando todo o Estado de Minas Gerais, o município de Ouro Preto perdeu mais 8 posições quando é verificado o produto interno bruto (a soma de todos os bens e serviços produzidos na cidade), com uma nova redução per capita, desta vez, caindo de pouco mais de R$52 mil (em 2015) para R$39 mil em 2016, o que gera 30% negativo.

Como o cálculo tem uma defasagem de três anos em relação ao período pesquisado, é importante salientar que ele reflete justamente o período posterior à tragédia da barragem de Mariana ( e suas implicações na economia de Ouro Preto), podendo ser mensurado mas sem afetar diretamente nos demais números da pesquisa. “Estes dados mostram podem ser analisados como cenário de um período difícil que enfrentamos e servem de comparação para percebermos que a recuperação econômica da cidade já é uma realidade”, explica Paulo.

Mercado estagnado apenas troca os postos de trabalho entre setores

Segundo dados do Ministério do Trabalho, Ouro Preto teve em 2018 uma queda de pouco mais de 3% no número de postos de trabalhos, passando de 18.901 para 17.525 os empregos formais na cidade. Mesmo com esta queda, o número de estabelecimentos ativos na cidade subiu de 3.047 para 3.063, revertendo o quadro decrescente do ano anterior, quando foram fechadas 32 empresas.

Segundo a proprietária da Hering Store, Graziela Santos, uma explicação para estes números são que, com a crise, econômica, as empresas começaram a produzir o mesmo, com menos funcionários, dinamizando os processos ou terceirizando serviços que não têm ligação direto ao segmento. Ela exemplifica como sua franquia tem agido no atual cenário, “trabalhando com uma equipe menor, porém com motivação e empenho”.

Os setores de comércio e serviços, que tiveram quedas na pesquisa anterior, estabilizaram sua participação na geração de empregos, tendo relativamente a mesma proporção de vagas abertas e encerradas, em torno de 150. Paulo Ferreira sugere que “com a redução do potencial comercial, várias vagas foram migradas para o setor de serviços”.

Os setores de comércio e serviços, que tiveram quedas na pesquisa anterior, estabilizaram sua participação na geração de empregos, tendo relativamente a mesma proporção de vagas abertas e encerradas, em torno de 150. Paulo Ferreira sugere que “com a redução do potencial comercial, várias vagas foram migradas para o setor de serviços”.

Enquanto a administração pública reduziu 158 vagas, a indústria começou a retomar seu patamar de 2012 e subiu 5%, com 1377 postos de trabalhos abertos e mais 7 empresas em Ouro Preto.

Na composição do comércio varejista, não houve mudanças significativas na participação dos estabelecimentos de pequeno e médio porte.

Enquanto o grau de instrução dos trabalhadores teve uma ligeira redução em relação aos que possuem, pelo menos, o ensino médio completo (caiu 2%), o salário médio das micro empresas foi o único que teve aumento acima da inflação, atingindo mais de 10% e chegando a R$1216,00

A presente pesquisa, assim como as dos anos de 2017 e 2018 podem ser conferidas, na íntegra, CLICANDO AQUI.


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