Reparação de danos por tragédia de Mariana pode ser buscada fora do País

Especialista em direito internacional defende olhar global na repactuação durante debate público na ALMG, e MP estadual quer que Vale retire rejeitos do Rio Doce.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 07/05/2024, 14:58 - Atualizado em 07/05/2024, 15:02
Ao longo desta segunda (6), ALMG debate os impactos e a revitalização da Bacia do Rio Doce após o rompimento da Barragem de Fundão. Crédito — Luiz Santana / ALMG. Siga no Google News

Brasil deve ter uma visão internacional ao definir qual a melhor jurisdição para dar efetividade a um acordo de reparação de danos em situações como a do rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, ocorrido em Mariana (Central) há mais de oito anos.

Foi o que defendeu nesta segunda-feira (6/5/24) a presidente da Comissão de Direito Internacional da OAB/MG, Lorena Bastianetto. Mestre em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável e doutora em Direito Processual , ela foi uma das expositoras do debate público "Os Impactos e a Revitalização da Bacia do Rio Doce, realizado na Assembleia Leghislativa de Minas Gerais pela Cipe Rio Doce.

Na mesa 1, que discutiu as perspectivas de restauração e recuperação dos danos e propostas de repactuação e ações judiciais nacionais e internacionais, Lorena Bastianetto ressaltou que nem sempre a jurisdição local onde ocorreu o dano será a mais preparada para lidar com a situação.

"Não adianta uma lei ambiental protetiva como a do Brasil, a efetivação material da legislação para dar eficácia às decisões tem que ser discutida."
Lorena Bastianettopresidenta da Comissão de Direito Internacional da OAB/MG

Lorena ainda lembrou que parte do processo envolvendo o rompimento em Mariana já está judicializado na Inglaterra.  Também apontou que há situações em que medidas como sequestro de bens para uma efetiva reparação podem ser buscadas fora, em vez esperar por aportes nesse sentido no sistema de justiça brasileiro.

Desta forma, a especialista defendeu que a discussão sobre o melhor fórum para tratar da questão deve ser feita com um olhar global.

"Pode ser que seja melhor levar a voz de vocês (atingidos) para foruns internacionais. Vocês sofreram danos existenciais, com o aniquilamento de projetos de vida, e o fato de no Brasil ocorrerem acordos, isso não exclui que outras jurisdições de fora participem", reiterou  Lorena Bastianetto se dirigindo a uma plateia que lotou o debate.

Foto - Reprodução. Crédito -  Luiz Santana / ALMG.

3 Comments

  1. Leda Alves Prudente de Morais 07/05/2024 em 20:08- Responder

    Gostei da fala Lorena, O maior desastre ambiental do mundo, aconteceu no Brasil. Eu , Leda, Ipaba MG. Graças a Deus, Inglaterra está nos defendendo

  2. Paulo Sergio Moraes 07/05/2024 em 21:53- Responder

    Parabéns pela colocação da Dra. Lorena, este impacto ambiental não se recupera tão cedo. Todo material depositado ao longo do Rio será muito difícil sua retirada, e toda vês que cai uma chuva forte na cabeceira do Rio doce , a contaminação continua atingindo a todos os municípios ribeirinhos e ao litoral do sul da Bahia e o litoral norte e sul do Espírito Santo.

  3. Maiza tempson candido 08/05/2024 em 09:14- Responder

    Sou de Governador valadares ,gostaria de saber se vamos receber a nossa inde indenização pois ainda não confio em beber.agua do Rio doce ,estou gastando que não te Ho com água mineral.comecei a tomar a água da presa de sanea
    e tô mas não estava me sentindo bem

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