O Ministério da Saúde informou que iniciará, na segunda quinzena de setembro, a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 a “todos os indivíduos imunossuprimidos após 28 dias da segunda dose e para as pessoas acima de 70 anos vacinados há 6 meses”.
A decisão pela aplicação da terceira dose foi tomada de forma conjunta na noite de ontem (24), em reunião da pasta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass),o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Cetai).
Segundo o ministério, a imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer ou, de maneira alternativa, com a vacina de vetor viral Janssen ou AstraZeneca.
Também foi decidido, durante a reunião de ontem, que haverá redução do intervalo entre as doses da Pfizer e AstraZeneca, de 12 para 8 semanas.
Entenda a diferença entre terceira dose e dose de reforço das vacinas de Covid-19 e o que isso tem a ver com as variantes da Covid-19
Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o significado de dose de reforço e terceira dose, o que acaba dando margem para o surgimento de fake news nas redes sociais. Mas uma coisa precisa ficar clara: dose de reforço é bem diferente de terceira dose.
A terceira dose é quando uma pessoa toma três doses de um mesmo tipo de vacina. No reforço, a composição do imunizante contra a Covid-19 não deve ser a mesma, mas uma atualização feita a partir das novas variantes em circulação do SARS-CoV-2, como acontece todo ano com a vacina da gripe, atualizada com as novas mutações do vírus.
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, já sinalizou que, até o momento, uma terceira dose está descartada no Brasil, mas que é preciso pensar em uma revacinação. “As pessoas acham que quem tomou as duas doses teria que tomar uma terceira dose para complementar a imunidade. Não é o que tratamos aqui. Estamos falando de uma revacinação”, comentou o presidente em coletiva de imprensa na última semana.
No Brasil, as variantes delta (B.1.617.2, indiana), gama (P.1, amazônica) e lambda (C.37, peruana) são observadas com atenção.
O esquema vacinal de duas doses da CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19, se mostrou efetivo durante o Projeto S, estudo realizado pelo Butantan no município paulista de Serrana para entender o impacto da vacinação no controle da pandemia. A cidade ficou protegida contra o SARS-CoV-2 com a imunização de 70% da população, que tomou as duas doses da vacina, não necessitando de uma terceira dose. https://projeto-s.butantan.gov.br/index.php
Segunda geração de vacinas
Ao que tudo indica, a Covid-19 se tornará endêmica, ou seja, fará parte do nosso calendário de vacinação. Uma pesquisa da coalizão People’s Vaccine sugere que o mundo vai precisar de uma nova imunização dentro de um ano.
Mas a introdução de uma segunda geração de vacina, com as atualizações de novas cepas do vírus, e que promete uma durabilidade maior que as atuais vacinas, só deve acontecer depois que todas as pessoas forem imunizadas. O mundo todo vacinou, até o momento, entre 20% e 30% da população, número relativamente pequeno para começar a se pensar em uma revacinação.
A Organização Mundial da Saúde alerta para o risco das doses de reforço deixarem ainda mais desigual a distribuição de vacinas pelo mundo, sendo que a pandemia é global e, portanto, é uma tarefa coletiva de todas as nações, e não só das mais ricas.
Com informações do Instituto Butantan e Agência Brasil
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