Coisas do Cotidiano: Leia “Já dizia Shakespeare”, por Antoniomar Lima

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

Home » Coisas do Cotidiano: Leia “Já dizia Shakespeare”, por Antoniomar Lima
Por JornalVozAtiva.com Publicado em 29/08/2024, 10:40 - Atualizado em 29/08/2024, 10:40
Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

Chegou a estação das cordialidades, das gentilezas, dos abraços, dos cumprimentos. Refiro-me aos caçadores de votos que não fazemos a mais ínfima ideia onde estavam no interregno de quatro anos.

Candidatos de outros carnavais levantam como dráculas. Uns já estão de cabelos brancos, alegando que estão mais experientes, com as mesmas propostas dos neófitos que estão chegando agora, com as mesmas ideias, copiadas, oriundas de esperanças malogradas que, às vezes, passam despercebidas.  

Por ventura, a política é um laboratório e o povo é sua cobaia?

Essa novela não está no rol das que vale a pena ver de novo, pois, sabemos de antemão, que o elenco só tem vistas para o próprio umbigo quando senta na tão cobiçada cadeira.

Nessa estação, “o antes”, “o durante “ se diferencia do “depois”. O antes é um verdadeiro banquete dos deuses, a esperança é um mecanismo fácil de se manejar como das outras vezes. 

É a farra das ilusões, das promessas ocas, sem eira nem beira que só logram aos desatentos.

O durante têm a presença dos bem apresentados, empáticos, simpáticos, acessíveis, atenciosos, enfim, haja adjetivos e eufemismos para tanta discurseira!

E depois? Caríssimas leitoras, caríssimos leitores! Repasso não a impressão, mas o que já conheces e não carece de explicações como se ninguém soubesse, ou virá a saber.

O depois é problemático, nem sempre se materializa, comumente fica na vontade, na saudade, entalado na garganta.

Já diz o livro santo para não nos preocuparmos com o dia de amanhã, o bendito depois. O negócio é agora, já. Não permita que o repeteco dos prejuízos entre na playlist  diária. 

Deixemos de apostas e vamos com consciência, mesmo que nos decepcionam e quebrem a corrente da nossa confiança.

Estamos no Séc. XXI, passou da hora das campanhas políticas se restringirem só aos meios de comunicação, às plataformas digitais, onde os postulantes aos cargos públicos possam expor suas proposições, pois os comícios estão se tornando fastidiosos, obsoletos, mas que não deixam de ter adeptos.

Em se tratando de municípios pequenos, onde as pessoas são mais próximas, onde os candidatos são figuras conhecidas, às vezes, até amigos, os cuidados devem ser redobrados, pois o que deve ser levado em conta não é a amizade (esta deve ser conservada, pois já existia antes!) mas, acima de tudo, a disposição de mudar o cenário ou pelos menos tentar, pois, urge dar uma basta nos equívocos, nas vacilações. Sobretudo, devemos visar a honestidade, a transparência – constantemente questionadas – dos que se apresentam ou se reapresentam no intento de mudar o estado de coisas que ninguém acredita que mudará, algum dia.

Já dizia Shakespeare: 'não existe nada de novo no reino da Dinamarca.' 

Laudate Dominum

Deixar Um Comentário