Juiz de Fora é pioneira na realização de tratamento para câncer no fígado em Minas Gerais
Radioembolização, técnica de injeção de microesferas radioativas para destruir hepatocarcinoma, destrói células cancerígenas enquanto preserva os tecidos saudáveis ao redor.
A cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, foi a primeira no Estado a realizar procedimento com microesferas radioativas para o tratamento do câncer de fígado, primário ou metastático.
Até hoje foram realizadas doze intervenções em Juiz de Fora, todas no Hospital Monte Sinai, sob a supervisão do Dr. Rafael Gomide, radiologista intervencionista do hospital. “Após avaliar uma série de requisitos para que a radioembolização fosse possível, os pacientes passaram pelo procedimento; entre eles, cerca de metade eram tumores primários e a outra metade, tumores metastáticos”, afirma.
O carcinoma hepatocelular (HCC), também conhecido como hepatocarcinoma, ocupa a quinta posição entre os mais comuns em homens e a sétima em mulheres. Por ano, mais de meio milhão de pessoas são diagnosticadas com essa doença globalmente.
O procedimento injeta milhares de microesferas contendo um isótopo radioativo (ítrio- 90 ou Y-90) diretamente nos tumores, por meio da artéria hepática, destruindo as células cancerígenas enquanto preserva os tecidos saudáveis ao redor.
Antes de receber o tratamento, o paciente é submetido a um mapeamento com exames de imagem que preparam o fígado para receber a radiação com Y90. “Nós avaliamos os exames de imagem e os dados da cintilografia feita no mapeamento, para chegar a dose ideal, ou seja, quantas microesferas serão necessárias para a intervenção no órgão do paciente. A dose é personalizada de forma a otimizar a destruição da lesão e minimizar efeitos colaterais”, explica o Dr. Gomide.
Atualmente, o tratamento já é realizado em Belo Horizonte, e está listado no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS), o que significa que todos os usuários dos planos de saúde no Brasil têm acesso à radioembolização para tratar o hepatocarcinoma. Hoje, ela é indicada aos pacientes com tumores inoperáveis, primários ou metastáticos, no fígado.
Sobre o pioneirismo da radioembolização na cidade, o médico afirma ser um entusiasta do procedimento e demonstra satisfação em poder participar. “Desde quando iniciei as intervenções, a ideia era oferecer, também no interior, o que de melhor se faz nos grandes centros. E é muito gratificante poder proporcionar tecnologia de ponta, segura e eficaz para esses pacientes”, finaliza Dr. Gomide.
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