Desejar adotar um gatinho e não saber por onde começar. Esse foi o desafio que motivou o estudante Arthur Parentoni a criar uma ferramenta inovadora. Aluno da 2ª série do Ensino Médio no Colégio Santo Agostinho - Nova Lima, Arthur foi o responsável por iniciar uma força-tarefa com um objetivo: unir pessoas que possuem desejo em adotar um amigo, a gatos e cãezinhos que não desfrutam de um lar.
Assim, em uma junção de forças com o colega Henrique Kitayama, nasceu o ‘Match Pet’, um site de design simplificado e intuitivo, criado para ajudar os futuros pais de pet a “darem um match” com os bichinhos, expressão que se tornou popular em aplicativos de relacionamento. Lançada em janeiro de 2024, a plataforma já recebeu mais de 1500 acessos e facilitou 60 adoções. “Nosso objetivo é ajudar a dar uma vida digna e com muito amor a esses animais e, assim, reduzir as estatísticas que registram mais de 48 mil animais de rua na capital” explica Henrique, também aluno da 2ª série.
A ideia do Match Pet surgiu ainda na pandemia, quando o próprio Arthur decidiu adotar um gatinho e não achou nada fácil. De acordo com ele, a falta de filtros específicos e pouca atualização dos sites de adoção disponíveis no mercado tornou a busca desafiadora. “Procurei em plataformas, no Instagram e no Facebook e o que encontrei foi um processo desatualizado, descentralizado e muito burocrático”, conta o estudante e programador do site.
Na plataforma de Arthur e Henrique o procedimento é simples. Quem deseja adotar acessa o ‘matchpet.org’ e lá encontra uma seleção de pets disponíveis, identificados com foto e detalhados por sexo, idade, vacinas e demais informações úteis como castração e testes para doenças. Depois disso é fácil, o usuário terá acesso ao número de telefone e o e-mail do responsável por aquele animal, sem necessidade de criar uma conta na plataforma.
O site começou a ser desenvolvido em dezembro de 2023. Para Arthur Parentoni, que encontrou tempo entre o período de provas e abriu mão das férias para cuidar da plataforma, o objetivo da iniciativa é servir como uma ponte. Hoje, o Match Pet já conta com a parceria de outros projetos sociais, como o SOS Gatinhos do Parque, que possui 20 mil seguidores em suas redes sociais e disponibiliza os felinos para adoção no site. “Nosso negócio é simplificar”, reforça Parentoni.
Foi assim, em 3 meses, com um total de 14 mil linhas de código e um investimento de 500 reais para usar o servidor, que os jovens colocaram o Match Pet no ar. Agora, o desejo deles é levar o projeto além e expandir. Com propostas para conexões em São Paulo e no Rio Grande do Sul, Arthur e Henrique estão animados com o futuro. “Nosso objetivo é chegar ainda mais longe, para que o maior número de pessoas e animais possam se beneficiar. Temos uma parte da equipe no Sul do país, que serviria como embaixadora do projeto lá. Com esta situação lamentável que está acontecendo, os animais do Rio Grande do Sul precisam de mais visibilidade”, afirma Henrique Kitayama.
De acordo com Júlia Farnese, supervisora Pedagógica do Ensino Médio do Colégio Santo Agostinho - Nova Lima, a plataforma, que conecta animais em situação de vulnerabilidade a lares amorosos, demonstra a proatividade, a capacidade de resolução de problemas e a profunda consciência social dos estudantes envolvidos, pilares fundamentais da Instituição.
“Arthur e Henrique são alunos que sempre se destacaram por seu interesse e habilidade com tecnologia. O Colégio Santo Agostinho, reconhecendo o potencial e a paixão dos alunos por essa área, está incentivando-os a propor aulas e monitorias voluntárias para compartilhar com seus pares o universo da programação. Essa iniciativa visa não apenas fomentar o conhecimento técnico, mas também inspirar outros jovens a seguirem seus sonhos e contribuírem para a sociedade de forma significativa”, enfatiza.
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