Coletivo criado por alunos da UFOP presta homenagem a Manoel de Barros no Mato Grosso do Sul

Por JornalVozAtiva.com Publicado em 16/04/2024, 14:39 - Atualizado em 16/04/2024, 14:39

Foto – Manoel de Barros e o neto Silvetre. Crédito – Reprodução.

Com objetivo de comemorar uma década de atuação em todo território brasileiro, o coletivo Transvê Poesias abre a Quarta Intervenção Poética Nacional em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, lugar onde o poeta Manoel de Barros foi criado. A iniciativa difunde poemas de autores brasileiros por meio de garrafas que são expostas em espaços públicos. Foram selecionados 270 poetas, totalizando 1.115 poemas. De acordo com o coordenador da Transvê Poesias Anderson Valfré, é emocionante saber que o projeto circulou o Brasil por dez anos e agora inicia a intervenção nacional no lugar onde Manuel de Barros viveu. “A proposta é oferecer uma perspectiva singular sobre o mundo. É necessário sensibilizar corações e novos olhares sobre o fazer poético. A poesia nos faz lembrar que somos humanos e humaniza as relações”, observa Valfré, formado em Artes Cênicas na UFOP.

A intervenção poética compõe a programação da Festa Literária Abril Livro que é realizada desde 2015 e conta com bate-papo com autores, cine literário, festa à fantasia e contação de história. Trata-se de uma iniciativa da Prefeitura de Corumbá por meio da Biblioteca CEU Heloísa Urt e da Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico. A pedagoga e contadora de história Jusley Monteiro de Sousa abraçou o projeto do coletivo. “Conheci o trabalho da Transvê neste ano. A inspiração em Manoel de Barros me encantou e a intervenção poética combina com a nossa festa literária. Ser uma representante local desta iniciativa é incrível. Estamos felizes por representarmos Corumbá nesta ação”, relata Jusley.

Neto de Manoel de Barros fala da importância da iniciativa:

O poeta Manoel de Barros foi um dos principais poetas contemporâneos. Nasceu em Cuiabá em 19 de dezembro de 1916, mas foi criado em uma fazenda próxima a Corumbá. Recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura em 2002, com a obra “O fazedor de amanhecer”. Para o engenheiro agrônomo Silvestre Nogueira de Barros, neto do poeta Manoel de Barros, é necessário que o Brasil conheça o autor além da poesia, mas também a humanidade do poeta. “Conheci o Manoel poeta na fase adulta e a importância dele na literatura brasileira. Trabalhos, como as intervenções poéticas da Transvê, contribuem para relembrar o legado que meu avô deixou para futuras gerações”, analisa Silvestre.

Para o jornalista e mestrando em Turismo e Patrimônio na UFOP, é importante salvaguardar a memória de poetas que registraram o modo de ver e de pensar a sociedade em épocas distintas. “A poesia e o patrimônio cultural possuem uma interface simbólica e crucial na elaboração de políticas públicas preservacionistas no país. Precisamos repensar a função social da poesia e da preservação da memória dos autores brasileiros”, enfatiza Stutz.