Atraso no diagnóstico de câncer de mama induz à mastectomia em 70% dos casos

Lei que prevê reconstrução mamária imediatamente após mastectomia completou cinco anos em abril.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 27/09/2022, 17:06 - Atualizado em 27/09/2022, 17:06
Jovem lutando contra o câncer. Imagem ilustrativa / Freepik. Siga no Google News

Receber o diagnóstico de câncer de mama é uma notícia dolorosa, causando forte impacto na vida das mulheres. A paciente e sua família são impactadas por emoções como sofrimento, medo, raiva, angústia e ansiedade. No Brasil, exceto os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2022 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres.

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em 70% dos casos de câncer de mama diagnosticados no país a mulher passa por uma mastectomia (remoção total da mama). Nos últimos 10 anos, 110 mil mulheres passaram pela mastectomia. Destas, 25 mil fizeram a reconstrução mamária.

No universo de mulheres que tiveram câncer de mama e que também optaram pela Mastectomia (cirurgia para a retirada da mama), a esteticista e apresentadora de um programa em uma rede de televisão mineira, Melissa Costa Fernandes de Paula, é uma dessas mulheres.

“No dia 09 de agosto de 2020 completei 1 ano de mastectomia bilateral devido ao câncer de mama. Posso dizer que, para mim, uma pessoa que amava a estética dos seios que eu tinha, que me orgulhava por tê-los lindos e fartos, foi uma decisão muito difícil, porém, o que são dois peitos perante a vida?”, conta emocionada.

De acordo com Melissa, ela não se arrepende por ter optado pela retirada das duas mamas. “Após a cirurgia, me deparei com um universo que nunca imaginei. Mulheres que estão deixando a doença dominarem, que se sentem vítimas, que se questionam o porquê com elas, e o pior, que não aceitam a mastectomia por acharem que a cirurgia é uma mutilação. Sempre fui uma pessoa que teve milhões de motivos para desistir, para entrar em um mundo que acho ser destruidor, drogas, bebidas, e por várias vezes resolvi lutar”. Melissa, ainda, diz: “as cicatrizes são eternas e elas hoje, são o meu orgulho, um presente que Deus me deu”.

A Lei 12.802

A lei que prevê reconstrução mamária imediatamente após mastectomia completou cinco anos em abril. A Lei 12.802 prevê que pacientes submetidas a mastectomia têm o direito de realizar a reconstrução mamária por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) imediatamente após a retirada do tumor.

A SBM afirma que apenas 20% das 92,5 mil mulheres que retiraram as mamas entre os anos de 2008 e 2015 passaram pelo procedimento de reconstrução. De acordo com a instituição, a reconstrução mamária imediata é viável em cerca de 90% dos casos.

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