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Acesso às redes de água e esgoto no Brasil segue desigual

Pesquisa realizada por professores da Fundace mostra disparidade de oferta e entrega desses serviços entre diversas regiões do país, e a relação estreita entre renda per capita e presença efetiva de redes de água e esgoto.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 02/04/2024, 11:13 - Atualizado em 02/04/2024, 11:13
Imagem ilustrativa. Crédito — Reprodução / Freepik. Siga no Google News

Os Estados brasileiros que anotam maior capacidade produtiva per capita são aqueles em que a população tem maior acesso à rede de água e, especialmente, de esgoto. Dados de uma pesquisa conduzida pelos professores Luciano Nakabashi e Rudinei Toneto Jr, ambos da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia), vinculada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP), detalha como está atual distribuição dos serviços de saneamento básico e sua correlação com indicadores econômicos e sociais. Essa análise é fundamental, uma vez que o acesso ao saneamento básico é um pré-requisito essencial para a saúde pública, enquanto também exerce influência significativa no meio ambiente, na educação e no desenvolvimento econômico.

A pesquisa mostrou que os Estados mais desenvolvidos têm maiores acessos ao fornecimento de água encanada e à coleta e tratamento de esgoto. Nesse cenário, São Paulo se destaca como a região com maior acesso ao sistema de água encanada (95%). Na sequência estão o Distrito Federal (93,4%), Paraná (88,8%), Minas Gerais (87,9%) e Mato Grosso do Sul (87,2%). Os pesquisadores também notaram bons índices nos Estados do Nordeste - Sergipe (85,4%), Rio Grande do Norte (84,9%) e Bahia (83,1%). Na outra ponta estão o Amapá (43,4%), Rondônia (46,2%), Pará (48,9%) e Acre (52,6%), como as regiões com menor oferta de redes de água e esgoto.

Dado apurado pelos professores Nakabashi e Toneto Jr. é a relação entre o acesso as redes de esgoto e água. A ocorrência da primeira interfere diretamente na segunda. “Há, aqui, elementos comuns, como políticas públicas municipais, que tendem a afetar o acesso da população às redes de água e esgoto”, comenta o pesquisador e professor de economia Luciano Nakabashi. No acesso à rede de esgoto, novamente o Estado de São Paulo aparece no topo do ranking, com 91,3% de pessoas com acesso. Distrito Federal (86,2%), Rio de Janeiro (84,4%), Minas Gerais (80,7%) e Espírito Santo (75,4%) vêm em seguida. Considerando o país de forma geral, os Estados da região sudeste se destacam na oferta e entrega desses serviços. O Paraná, que ocupa a sexta posição, tem índice 70,3%. Os menores percentuais estão no Amapá (12,1%), Rondônia (13,6%), Maranhão (18,2%) e Piauí (18,5%).

O nível de renda per capita estadual (valores para 2021, último dado disponível das contas regionais), e a presença de redes de água e esgoto também estão interligados, conforme apresenta a pesquisa da Fundace. No recorte específico do Estado de São Paulo, os municípios com maior PIB per capita se concentram na região metropolitana de São Paulo e seu entorno (Campinas, Sorocaba e São José dos Campos).

Cidades próximas à rodovia Anhanguera - da capital até Ribeirão Preto -, e as localizadas às margens das rodovias Presidente Dutra, Marechal Rondon, Raposo Tavares e Washington Luís também apresentam elevada renda per capita, com consequentes bons serviços de água e esgoto. O contrário está refletido em cidades do Vale do Paraíba, nas partes Sul e Noroeste do Estado paulista, em volta de Presidente Prudente, Paranapanema/Angatuba e Paulistânia/Piratininga. A parte Norte do Estado de São Paulo concentra os municípios com maior incidência de domicílios ligados à rede de esgoto.

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