Denúncias de assédio sexual crescem no Brasil

O assédio é comumente ligado a personalidades de poder, mas pode acontecer e diversos contextos.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 26/03/2024, 12:15 - Atualizado em 26/03/2024, 12:16
Imagem ilustrativa. Crédito — Reprodução / Freepik. Siga no Google News

As denúncias de assédio sexual no trabalho não são uma situação nova e as estatísticas seguem alarmantes. O Ministério Público do Trabalho (MPT) registrou 831 queixas até julho de 2023, contra 393 em 2022. Enquanto isso, Minas Gerais reflete essa realidade com um crescimento de 33% em exonerações de servidores estaduais em cinco anos, sendo esse tipo de assédio, o principal motivo, para 21,7% dos afastamentos. Os dados abrem espaço para uma análise da realidade vivida por milhões de brasileiros e quais ações estão sendo tomadas para evitar esse crescimento e proteger as vítimas. 

O problema é classificado no Código Penal como qualquer ato em que o interesse é “constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício, emprego, cargo ou função”. 

Nesta situação, as mulheres, consideradas as principais vítimas, acabam precisando lidar com falas de duplo sentido e cunho sexual, observações sexistas, apelidos de falsa intimidade, propostas indesejadas, perseguições, olhares maliciosos, divulgação de imagens íntimas e avanços sexuais, algumas vezes, chegando de fato, a serem tocadas e forçadas.

O assédio é comumente ligado a personalidades de poder, mas pode acontecer através de colegas de trabalho, prestadores de serviço e até via clientela. Além disso, a ação não precisa, necessariamente, acontecer dentro do ambiente de trabalho, sendo praticável, por exemplo, durante uma carona ou happy hour, e casos entre o mesmo sexo também existem.

Os efeitos da situação no cotidiano dos ameaçados é diverso, mas, afeta principalmente, a saúde mental, provocando um desequilíbrio através da ansiedade, pânico, medo, estresse, irritabilidade, baixa auto estima, tristeza, crises de choro e a falta de interesse em ir trabalhar. Os comportamentos não são restritos ao período do expediente e a ajuda de um psicólogo se torna essencial.

É importante que as empresas estejam atentas ao comportamento de seus funcionários e se preocupem com a qualidade de vida deles e, claro, as condições para trabalhar adequadamente, uma vez que empregados satisfeitos são mais produtivos.

A organização também deve se preocupar com a transparência e facilidade de se realizar denúncias no próprio ambiente de trabalho, preparando seus profissionais para atender e auxiliar a vítima de forma correta, oferecendo apoio, investigando e criando punições para evitar repetições.

Muitas pessoas têm medo de não cederem às investidas ou denunciarem e acabarem sendo demitidas, entretanto, o mesmo pode ser feito diretamente nos órgãos do governo, como a delegacia local, o Ministério Público do Trabalho, e pelo telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher. 

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