“O Tempo e o Desespero”, por Samuel Senra

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 02/10/2017, 10:07 - Atualizado em 02/10/2017, 10:07
Samuel Senra é Graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto Desde a saída precoce da Libertadores num vergonhoso 0x0 com Jorge Wilstermann no Mineirão vivemos dias cinzentos. Para ser mais exato, vivemos dias cinzentos desde a saída de Cuca e de Levir Culpi, nem mesmo Marcelo Oliveira conseguiu acertar as arestas do time, ou talvez tenha sido precipitadamente demitido. Essa dança das cadeiras no comando do Galo tem nos tirado o sossego. Em menos de dois anos foram sete técnicos diferentes e nenhum deles foi capaz de fazer a equipe retomar a confiança e o bom futebol apresentados em meados de 2013 e 2014. Talvez tenhamos chegado ao fim de um ciclo, tendo que buscar agora um novo planejamento, trocando, inclusive, peças no elenco. Isso soa um pouco óbvio, claro. Mas trocar quem por quem? Por quê? Em que momento? Jô é o artilheiro do Corinthians no Brasileirão, Réver chegou com o Flamengo à final da Copa do Brasil. Ambos foram descartados pelo Galo quando não rendiam mais o desejado. Venho defendendo a não permanência de nossos medalhões como Fred e Robinho. Pela idade avançada, pelo pouco rendimento e altos encargos. Mas o mercado está enxuto, e ficou mais do que claro com várias contratações frustradas nesses últimos anos que apenas trazer um caminhão de bons nomes ou futuras promessas não nos alivia da grande depressão. O time do Atlético parece estar com algum bloqueio psicológico. O fator casa já não tem a mesma importância, comprovando que há algo de podre no reino da Cidade do Galo. Mas eu ainda desconheço o culpado. Estrutura nós temos, investimentos e tradição também. Quem ou o que poderia estar sendo o responsável por tamanha queda de rendimento? Eis o meu dilema de Atleticano apaixonado, mas questionador. Beirando a zona de rebaixamento, no momento nos vemos mais próximos de uma catástrofe do que de um milagre divino de figurar entre os representantes brasileiros na Libertadores do próximo ano. O que seria uma catástrofe em dobro, por termos chegado este ano à quinta participação consecutiva na competição continental. Oswaldo de Oliveira veio para a grande missão de recolocar o Galo entre os times que compõem a parte de cima da tabela, para isso ele pediu tempo. Mas tempo literalmente a esta altura do campeonato é o que nós não temos. Mas talvez seja disso que precisamos. Tempo para repensar o próximo ano, as próximas contratações, e também para encontrar uma nova forma de motivar e unir o grupo. Nem mesmo a aprovação da construção do estádio do Galo tem nos reforçado o ânimo, nem tirado a nossa dor de cabeça e preocupação com o futuro do Atlético. É hora de juntar os cacos de um ano frustrado, segurar o barco firme até o final do percurso para só depois decidir quem deve ou não continuar nele. Mas acima de tudo, diretoria e comissão técnica precisam resgatar a confiança da equipe e dos torcedores. No final das contas eu só queria mesmo o retorno do Cuca e do Diego Tardelli. Pois o Galo precisa mais do que nunca de boas referências e de uma verdadeira liderança. Por isso o Nepomuceno, ao afirmar que não pretende mais concorrer à reeleição para presidente, já nos disse adeus! Que assim seja.

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