Mães da (R)existência encerra atividades da 2ª Edição da Semana da Diversidade em Mariana

No dia 17 de maio, data em que é celebrado o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, o coletivo lançou o livro intitulado "Enfrentando a LGBTFobia na Comunidade Escolar", nadando contra a corrente num país que ainda trata essa comunidade com preconceito e violência também no ambiente escolar.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 20/05/2024, 19:27 - Atualizado em 21/05/2024, 16:12
Foto — Mães da (R)existência encerra atividades da 2ª Edição da Semana da Diversidade em Mariana. Crédito — João Paulo Silva / JVA. Siga no Google News

A bandeira do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQIA+, enfeitou a fachada do Cine Teatro Mariana (MG). É que na última sexta-feira, 17 de maio, data em que é celebrado o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, aconteceu o evento de encerramento da 2ª Edição da Semana da Diversidade, em Mariana (MG). O evento foi promovido pelo coletivo Mães da (R)existência, com apoio da Prefeitura Municipal.

Abrilhantaram o evento, a apresentação do Ballet e danças urbanas do Centro de Referência à Criança e ao Adolescente (CRIA) e Leandra Souza junto às Drag Queens. Várias personalidades que lutam em prol dos direitos da comunidade foram homenageadas.

Ainda finalizando, o evento, houve o lançamento do Livro: "Enfrentando a LGBTFobia na Comunidade Escolar". A obra contou com a organização e autoria da ativista Liana Paula, com a parceria de uma equipe de profissionais, como do professor e autor Marco Antonio Torres, da autora Adelina Barbosa Nunes do Comitê de Equidade em Saúde, e do Designer e diagramador Sakura Montana.

“O material servirá de suporte pedagógico para as escolas, professores e alunas/os/es das redes municipais de educação e a sociedade, para podermos objetivar e ter, de maneira equânime, uma sociedade equitativa, arqueada nos princípios dos Direitos Humanos”, diz um trecho do livro.

As ações do coletivo Mães da (R)existência e parceiros parecem nadar contra a corrente se considerarmos estudos que mostram que a escola muitas vezes não é um ambiente acolhedor. Por um lado, xingamentos que começam como piadinhas e chegam até mesmo a agressões, podem gerar marcas profundas. Por outro, deixar de repreender condutas preconceituosas pode fazer com que essas práticas se perpetuem até a vida adulta, gerando uma sociedade cada vez mais intolerante.

No Brasil, a discriminação de pessoas LGBTQIA+ é crime. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a LGBTfobia ao crime de racismo. Nas escolas, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9394/1996, a principal lei educacional do Brasil, o ensino nas escolas deve ser feito baseado no “respeito à liberdade e apreço à tolerância”.

Esse preceito, no entanto, nem sempre acontece. A Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil 2016 - As experiências de adolescentes e jovens LGBT em nossos ambientes educacionais, mostra que estudantes lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais relatam serem agredidos nas escolas e que isso atrapalha o rendimento nos estudos. Alguns inclusive declaram que já cogitaram tirar a própria vida devido às agressões: 73% foram agredidos verbalmente e 36% foram agredidos fisicamente.

Com base nos dados do Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb), do Ministério da Educação, a organização mostrou que, em 2011, 34,7% das escolas no país relataram ter ações voltadas para o combate ao machismo e a homofobia. Em 2017, essa porcentagem chegou a 43,7%. Em 2021, no entanto, caiu para o menor patamar, 25,5%, o que significa que três a cada quatro escolas no Brasil não têm ações voltadas para combater esse tipo de preconceito.

Outro fato positivo do lançamento do livro pelo Coletivo se justifica pelo fato de que no Brasil, temas como a LGBTfobia tem ganhado cada vez menos espaço nas instituições de ensino. O total de escolas públicas com projetos para combater racismo, machismo e homofobia caiu ao menor patamar em dez anos, segundo levantamento do Todos Pela Educação, divulgado em 2023.

Mães da (R)existência

É um coletivo em prol da comunidade LGBTQIAP+, unidos contra a violência, preconceito e a desvalorização da comunidade. Interligada a educação, a fim de viabilizar o respeito às diferenças e a equidade na sociedade e no contexto escolar. Juntamente com a saúde, na orientação em assuntos pertinentes e o auxílio no bem-estar mental, físico e social.

Com informações da Agência Brasil

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