Marcelo Xavier e a cidade deficiente

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Por Tino Ansaloni Publicado em 10/11/2015, 10:47 - Atualizado em 10/11/2015, 19:26
Foto: Maria Antônia Moreira Marcelo Xavier é artista plástico, escritor, cenógrafo, figurinista, autor de livros infantis. Esteve em Ouro Preto, no dia 7 de novembro, para lançar seu novo livro, 'A Estranha', na 'Maria das Coisas', no Rosário. O livro trata de sua vivência de seis anos como cadeirante. Apoio: Jornal Voz Ativa, Hotel Solar do Rosário e IFMG Campus Ouro Preto. "Foi um dia maravilhoso, uma pepita de ouro, com a produção do Nino, o Victor Stutz, que é um amigo do peito. Nossa amizade já deve fazer uns cem anos. Tomara que isso gere ao menos um pensamento em favor de resolver uma limitação que diz respeito às pessoas com limitação." "Estamos no Morro de São Sebastião Nuvens estão passando aqui embaixo da gente Becos, flores, ruas sem saída Cachorro preguiçoso, opalão setenta Pessoal conversando, um papo de domingo Três mulheres falando, da vida alheia, claro Uma bandeira do Brasil numa varanda Indicando que a gente está no Brasil Um catavento parado Porque não está ventando Estou voltando a Ouro Preto depois de um bom tempo longe daqui Agora estou voltando com minha cadeira de rodas Quando eu vinha aqui há alguns anos Eu vinha com minhas duas pernas e uma disposição incrível De subir e descer ladeira pela Bandalheira Montado na Bandalheira, que é um bloco fantástico E a gente não tinha cansaço, a gente ganhava uma sobrevida Era um penico na cabeça, uma camisa branca, uma calça preta Um instrumento que a gente não sabia tocar E um cantil cheio de cachaça, vodca, conhaque O que fosse diferente de água a gente punha nesse cantil Não dá pra imaginar o que era essa Bandalheira marchando pelas ladeiras de Ouro Preto Então, voltar hoje nessa condição de cadeirante É uma outra emoção, diferente Estou vendo uma outra cidade cheia de limitações Como se ela fosse uma cidade deficiente Eu não estou me sentindo deficiente, eu sinto a cidade deficiente Nessa acolhida de pessoas com limitação" Marcelo Xavier - “Prêmio Luís Jardim – O melhor livro de imagens”, de 1987, concedido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil; obra indicada ao Prêmio Jabuti Melhor Produção Editorial de Obra em Coleção 1988. Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) Melhor Livro Infantil 1990. Prêmio Jabuti Melhor Ilustrador 1994; Prêmio Ofélia Fontes o Melhor para Crianças pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil; Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) Originalidade em Literatura Infanto-Juvenil; eleito um dos dez melhores livros de imagens do Brasil pela IFLA (International Federation of Library Associations), em 2013. A seleção foi feita pela FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) para o projeto World Through Picture Books, organizado pela própria IFLA. Prêmio de Melhor livro de Imagem pela Associação Brasileira de Escritores; Prêmio Adolfo Aizen – Livro sem texto – UBE – 1997. Melhor Livro Informativo – 2000, Prêmio concedido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil; Prêmio Jabuti – 2001, Melhor Ilustração Infantil ou Juvenil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Indicação ao Prêmio TIM de melhor capa de CD – “Oiapok Xuí” – Grupo Uakti, em parceria com o fotógrafo Sylvio Coutinho – 2006. Fotos/ Galeria: gentilmente cedidas pelo fotógrafo Sylvio Coutinho  

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