Luto em Ouro Preto – Morre Tunico dos Telhados

Artista nos deixou na noite de 17/03

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Por Tino Ansaloni Publicado em 18/03/2024, 00:24 - Atualizado em 18/03/2024, 00:30


O velório acontece de 9h às 16h, na Capela Velório, neste 18/03, próximo da rodoviária, em Ouro Preto. O sepultamento será às 16h no cemitério da Igreja de Nossa Senhoras das Mercês e Perdões, a Mercês de baixo.

Antônio Marcos de Paula era um dos expoentes ouro-pretanos. Nascido no bairro de Antônio Dias no ano de 1952, autodidata, estudou arte em São Paulo e voltou para retratar sua cidade com seu peculiar olhar nos telhados.

Tudo de telhas que era cotidiano ao olhar de muitos e passava desapercebido, era motivo de arte para Tunico, naturalmente.

O nome se fez sua pele, sua arte, sua vida. Desde 1968 ele realizava exposições, sendo algumas delas na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Palácio das Artes.

Na sua terra, Ouro Preto, na FAOP - Fundação de Arte de Ouro Preto, no GLTA - Grêmio Literário Tristão de Ataíde, na Galeria da Fiemg - Federação das Indústrias de Minas Gerais e muitas outras, natural e eternamente, no seu ateliê.

Tunico inspirava sempre aos turistas mais curiosos à pergunta sobre sua arte. Tenhamos a certeza de que as respostas agradavam a todos.

Não havia maneira de passar pelo bairro Antônio Dias, sem olhar para os telhados do casario e para os telhados dele, o Tunico.

Deixamos aqui, como veículo de comunicação que ama Ouro Preto, essa não conveniente notícia. Uma perda.

Quem, a partir de agora, retratará com tanta personalidade, os telhados da nossa terra?

Tunico! Obrigado pela sua arte! Obrigado por você ser nós, ouro-pretanos!

Descanse e pinte nossos telhados lá, de onde você estiver. Temos certeza de que está na luz, já observando na palheta, quais cores usar para nos abrandar os corações.

Um Comentário

  1. Leandro Valquer 18/04/2024 em 13:28- Responder

    Asas & Asas
    paisagem aérea
    Enkruzilhadas & Ruelas
    Olhar de Gavião

    Tunico Ouro Preto
    Pinta
    kom os pés fora da lei
    Da gravidade
    Perkorre toda a cidade
    kom os pés fora do chão
    Pinta o ke Pinta
    Pinta o ke dá na telha
    aponta kom olhar de esguelha
    A etrela aldebarã.

    sobrevoa as Ruas
    da noite retinta komo ele mesmo
    Entorta a rua direita
    À pinceladas de tinta
    Telhas azuis
    Telhas amarelas
    Telhas laranjas
    Telhas vermelhas
    num rasante de telhados
    ke assustam ruas velhas
    Tambores ke akordam a manhã

    olhar de Gavião
    Asas & Asas
    Okê Arô !

    Tunico dos telhados
    no topo da sua Altura
    pinta komo kem kura
    pinta komo kem dera
    pinta komo kem vela

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