Grupo Êxtase faz o público “caetanear” na Praça Gomes Freire, em Mariana-MG

A apresentação do espetáculo “Um tom para todos nós” integrou a programação Semana Cultural de Dança, de 22 a 26 de julho, na Primaz de Minas.

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Por João Paulo Silva Publicado em 25/07/2019, 12:13 - Atualizado em 25/07/2019, 12:13
Foto-Espetáculo “Um tom para todos nós”, do Grupo Êxtase. Crédito-João Paulo Teluca Silva. Siga no Google News

O Grupo Êxtase, de Viçosa (MG), colocou os marianenses e demais participantes da Semana Cultural da Dança para “caetanear”, na tarde desta terça-feira (24/07), na Praça Gomes Freire. Caetanear é um neologismo, recurso da língua portuguesa, inventada por Djavan e presente na música “Sina”, que significa "cantar e dançar a moda de Caetano Veloso". O espetáculo “Um tom para todos nós”, da companhia viçosense faz uma junção perfeita das músicas do compositor baiano, presentes no álbum Livro (1997), e a dança contemporânea.

Frederico Gonçalves, professor de dança em Ouro Preto, comentou o espetáculo: “A apresentação trouxe muitas referências à cultura brasileira, sendo exaltada nos movimentos. Foi muito bonito e eu cheguei a me emocionar em alguns momentos, principalmente na cena do Navio Negreiro”.

Além de bailarino, Cleison Lana que também é diretor artístico do Grupo Êxtase, falou da ideia de unir as canções de Caetano Veloso à dança contemporânea. “O espetáculo foi idealizado pela coreógrafa Rosa Antuña e traz uma reflexão bastante pertinente sobre a nossa realidade sócio-política. Embora o álbum tenha sido lançado em 1997, ainda continua com uma discussão bem atual. Sem falar nas escolhas estéticas dos arranjos e harmonias que remetem ao samba e traz conjuntos de percussão e o violão característico de Veloso”.

Lidiane Jacinto, bacharel e licenciada em Dança pela Universidade Federal de Viçosa, atualmente é bailarina do grupo e comentou o cunho político do espetáculo. “A releitura do espetáculo criado pela coreógrafa Rosa Antuña, convidada pelo grupo em 2009, tem um forte viés político, sem deixar o cômico de lado. Um Tom para todos nós é um espetáculo cheio de cor e vida e está mais atual do que nunca”.

Grupo Êxtase

O Grupo Êxtase nasceu há quase 30 anos no Núcleo de Arte e Dança, em Viçosa (MG). Ao longo dessa trajetória, foi construída uma história de sucesso, com montagens de espetáculos de grande repercussão, excursionando pelas principais capitais do Brasil, da América Latina e pelo interior mineiro.

Reconhecido pela crítica e público como um talentoso grupo de dança contemporânea do interior de Minas, o Êxtase já foi agraciado três vezes com o Prêmio Cena Minas, concedido pela Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais, e selecionado na Mostra Cena Minas e Festival de Inverno de Ouro Preto.  Em 2014 recebeu o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna totalizando mais de 80 prêmios nacionais e internacionais.

Entre as montagens de sucesso está “O Grande Mentecapto”, que emocionou Fernando Sabino ao assisti-lo por várias vezes. Ele foi a Viçosa para acompanhar a montagem e mostrou-se fascinado pelo resultado. O mesmo aconteceu com “Hilda Furacão”, de Roberto Drummond. Quando a montagem de “Capitães da Areia” excursionou pelo Nordeste, Jorge Amado disse à imprensa, muito emocionado, que nunca imaginou que fosse a dança a melhor forma de retratar os personagens por ele criados.

Em 2006, o Núcleo voltou a surpreender com uma montagem para a dança contemporânea da obra teatral “A Caravana da Ilusão”, de Alcione Araújo. O espetáculo marcou o início da profissionalização do Grupo Êxtase, por meio do apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. (Texto reproduzido do site oficial do Grupo Êxtase).

Após a apresentação do espetáculo, os dançarinos do Grupo Êxtase participaram de uma roda de conversa no Cine Teatro Municipal, antigo Centro de Cultura do SESI. A Semana Cultural de Dança segue até a sexta-feira (25/07), com atividades no Cine Teatro Municipal, Praça Gomes Freire e bairros da cidade histórica.

Clique nas imagens abaixo para ampliá-las. Todas as fotos são de autoria do repórter João Paulo Teluca Silva.

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