Leia “A vida é mais importante do que o cansaço” na coluna de Valdete Braga

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Por Valdete Braga Publicado em 07/07/2021, 15:28 - Atualizado em 07/07/2021, 15:28

Debatendo sobre o decreto municipal que prorroga o estado de onda vermelha em nosso município, um dos membros da conversa questionou: “não vamos sair mais da onda vermelha? ” Em um tom sarcástico, como se a culpa fosse do decreto, e não da situação em si.

Imediatamente, outro participante respondeu com outra pergunta “o que você sugere? ”, e antes que o debate enveredasse para um caminho político ideológico, que não era a intenção da conferência, o mediador interveio, e prosseguimos a reunião.

Neste momento ainda delicado, com uma melhora significativa do quadro da pandemia, devido ao avanço das vacinas, não apenas em nossa cidade como no país e no mundo, ainda é preciso muita cautela. Exatamente por estarmos conseguindo minimizar os efeitos deste vírus terrível, é que não podemos baixar a guarda. É hora, mais do que nunca, de nos mantermos firmes e responsáveis, para que tudo isto passe o mais rápido possível.

O pior já passou, mas ainda não chegamos à normalidade. Vidas continuam sendo perdidas, e por mais exaustos que estejamos todos, se chegamos até aqui, precisamos, mais do que nunca, seguirmos conscientes e com responsabilidade.

A ânsia de voltarmos à rotina é justificável, mas este retorno precisa ser seguro e cabe às autoridades esta responsabilidade. No próximo dia 8 comemoramos o aniversário da cidade, uma quinta feira, e todos nós sabemos muito bem o que acontece em nossa querida Ouro Preto em feriados, principalmente quando estes acontecem próximos ao final de semana. Tivemos exemplos recorrentes durante a pandemia, e sentimos as consequências depois.

Ainda não estamos todos vacinados, e mesmo entre os que estão, a grande maioria ainda não recebeu a segunda dose. Entre os frequentadores de bares e ruas que ficam lotados fora da onda vermelha, sejam moradores ou turistas, a esmagadora maioria não está ainda imunizada. Prá que arriscar?

Para quem questionou “não vamos sair da onda vermelha? ” a resposta é sim. Vamos sair sim, e se Deus quiser, não há de demorar, mas não será agora, e possivelmente seja preciso ainda prorrogá-la por mais um tempo. E se precisar ser, que seja. Não vamos politizar esta questão, ela é muito maior do que ideologias partidárias. Ela trata de nossa saúde, de nossas vidas.

Não faz sentido a esta altura “liberar geral” porque estamos cansados. Não tem lógica depois de tanto esforço ceder apenas pela questão do tempo, se o risco ainda existe. Vale a pena permitir uma cidade lotada nos dias oito, nove e dez de julho, para quinze dias depois contabilizarmos outra onda de contaminações? Vale a pena sairmos irresponsavelmente da onda vermelha, quando continuamos sem leitos na UTI do hospital, com profissionais de saúde exauridos e pacientes morrendo?

Tenhamos calma. Parcimônia. Perseverança. Esqueçamos partidarismo e pensemos na vida. Se para salvar vidas for preciso continuar a onda vermelha, continuemos. Se vencida a data do decreto municipal ele precisar ser prorrogado, que seja. Seria bom demais se não precisasse, mas em caso contrário, não é possível que haja gente tão egoísta e cega a ponto de preferir colocar vidas em risco pelo seu cansaço. O egoísmo e a cegueira não podem ser maiores do que o cuidado com a vida humana, e nossas autoridades estão conscientes disto.

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