Independentemente de nomes, siglas ou partidarismo, independentemente de direita ou esquerda, está ficando surreal o nível das brigas, presenciais ou virtuais, entre pessoas fanáticas por “ídolos” políticos.
Não existe outra definição do que fanatismo para o que está acontecendo. Gente brigando, se agredindo, amizades se desfazendo e muitos se tornando inimigos por questões que extrapolam a política, transformando-se, em alguns casos, em rixas pessoais.
Endeusam o seu político preferido como se ele fosse um enviado dos céus, aquele que vai resolver tudo, um anjo encarnado na terra, messias para a salvação de todos os problemas do mundo.
Pior ainda, ele ou ela pode cometer a maior atrocidade, que o fanático apoia, pela pessoa e não pelo ato, da mesma forma que uma atitude positiva, por mínima que seja, é vista como algo extraordinário.
Existe uma viseira que impede o fanático de enxergar os fatos como realmente são, ainda que óbvios, fazendo com que vislumbrem apenas o que lhes interessa. Transformam seres humanos em deuses, criando verdadeiras seitas, onde impera um radicalismo cego e altamente nocivo, inclusive para os próprios apoiadores.
Passam a viver em bolhas onde só a sua verdade impera, onde só as suas ideias existem e assim se alienam mais a cada dia, embotando o cérebro e a alma. Sem contraponto, sem aceitarem opinião contrária, se robotizam e perdem o essencial da vida, que é a capacidade de avaliação, por si mesmos, do que os rodeiam.
Discordar faz parte de qualquer discussão. Na política, como em tudo na vida, existem pensamentos diversos e o respeito a opiniões diferentes é a tônica da democracia, e este extremismo que nos assola não é nada democrático. Quando tanta gente prefere se alienar em torno de um único pensamento, seja ele de que lado for, recusando-se a ouvir qualquer outro, o próprio pensamento se perde.
Fanatismo não leva ninguém a lugar nenhum. Pelo contrário, ele embota a mente, e uma sociedade com a mente embotada perde a sua capacidade de escolha.
Se nos tornarmos incapazes de escolhermos nossos dirigentes, que sociedade teremos?
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