Brunello Amorim Se o leitor me permite, começo hoje registrando, nesta primeira linha, o meu sincero agradecimento ao São Victor do Horto, por mais um milagre executado, na peleja contra a Ponte Preta. Não que sua santidade precise do reconhecimento deste humilde aspirante à jornalista. O caso é que me sinto na obrigação de agradecê-lo de alguma forma. Homenagens prestadas, falemos do que é sabido de gregos e troianos, simpatizantes e atleticanos: o Galo gosta de rir na cara do perigo. Para o bem ou para mal. E ontem não foi diferente. Um jogo tranquilo no primeiro tempo. Com o Galo fazendo pressão na Ponte Preta durante todo o primeiro tempo. Marcelo Lomba, goleiro da Macaca, operava defesas de alto teor de dificuldade. Isso mesmo, alto teor de dificuldade, porque milagre mesmo só São Victor do Horto que faz – e que estaria por vir. No segundo tempo, o Galo encontra o caminho do gol e faz dois a zero. Liquidado. Agora é pensar no confronto direto com o Corinthians. Não, assim não é Galo. Aos 46 minutos, gol da Ponte Preta. 2 a 1, restando mais três minutos de acréscimo. E aí, vem o que parece ser nossa sina. Histórias de fazerem inveja aos dramas de Shakespeare fazem parte do Galo. Sempre desafiando o impossível. O Levir Culpi disse há pouco tempo que o atleticano parece gostar de sofrer. Gosto não, Seu Levir. Por mim o jogo ficaria dois a zero, sem crueldade e palpitação exacerbada do coração. Juro que queria assim. Ou será que não? Fato é que pouco mais de um minuto depois do primeiro gol da Macaca, Cesinha que entrara no segundo tempo – e que já vestiu o manto alvinegro certa vez - sai na cara do gol de São Victor. Livre, só fazer o gol e sair pro abraço. Era o gol do título do Corinthians. Quando não havia mais nada a se fazer neste terreno mundano, apenas fechar os olhos e rezar, surge novamente a abençoada perna esquerda de sua santidade São Victor do Horto. Denovo! Como assim? Há coisas neste mundo que não nasceram para sererem explicadas, amigo atleticano. Milagre não se explica. Milagre tem que ser exaltado e depois agradecido, como aprendi no catecismo. Já agradeci, cabe a mim agora somente exaltar. E o que sei é que a última vez que a perna esquerda de São Victor executou um milagre, vi o Galo ser campeão da Libertadores. Perna esquerda de São Victor tem poder, massa alvinegra! O sonho continua. Semana que vem tem o duelo para colar ainda mais no líder. Eu acredito. Bendito seja o Galo em nossas vidas! Bendito seja São Victor do Horto!
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