Leia na Coluna de Valdete Braga: “Desativada”

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Por Tino Ansaloni Publicado em 26/10/2015, 18:14 - Atualizado em 26/10/2015, 18:15
Por Valdete Braga Utilizo muito pouco a rede social, e mesmo assim, apenas o facebook. Nada contra, pelo contrário. O mundo virtual vem ganhando mais espaço a cada dia, e, para quem sabe usar, é uma ferramenta muito útil. O problema é que, como tudo nesta vida, sempre aparece aquela turminha sem noção. Aí surgem os rackers, os preocupados em filmar atrizes em poses comprometedoras, “celebridades” bêbadas em festas, ou mesmo anônimos em alguma situação vexatória, pelo simples prazer de expor a pessoa, seja ela famosa ou não. São os “paparazzi da modernidade”, que não precisam de filmadoras nem de sair correndo atrás de ninguém, os celulares têm um alcance incrível. Fora isto, o virtual já faz parte de nossa vida e, mesmo os mais resistentes, como eu, precisam se adaptar. Esta semana, vivi uma situação inusitada, que demonstra bem isto. Ano chegando ao final, férias vencidas, cansaço físico e mental, resolvi dar um tempo do mundo virtual (mesmo utilizando tão pouco), e desativei a minha conta do facebook, por um tempo. Não foi a primeira vez, gosto de entrar em “recesso virtual” de vez em quando. Refiro-me apenas a redes sociais. Não abro mão de jornais e blogs, que utilizo tanto como trabalho quanto como laser, bem como dos sites de literatura, filmes, etc. Deixei uma breve mensagem em minha página e saí. O meu perfil é público, não tenho restrições a quem queira ler o que posto. Se quiser entrar, é bem vindo, se não quiser, é também. Quando voltei, tinha um milhão de mensagens, cada uma mais preocupada do que a outra, pessoas querendo saber o que aconteceu; e o que mais me impressionou foi que a maioria perguntava se eu estava doente. Graças a Deus, não! Eu só fiquei sem paciência por um tempo. Foi só preguiça, mesmo! Por um lado, fiquei feliz: é bom saber que tantos se preocupam com a gente. Por outro, tive a dimensão do quanto o mundo virtual pode ser abrangente. Como alguns dias “desativada” podem mexer com a imaginação das pessoas! Fico pensando: será que se eu tivesse morrido (nem Deus tal o permita) teria causado tanta preocupação? Não quero ser ingrata com os que se preocuparam, pelo contrário, agradeço por se lembrarem de mim. Mas a vida está aqui fora. O mundo na tela do computador pode e deve ser bom também, mas é no lado de cá que vivemos efetivamente. Nas redes sociais a gente entra e sai à hora que quiser, sem prejuízo físico, mental ou emocional. Daqui, do mundo real, se eu sair, não volto mais. É aqui que está a minha vida. É aqui que está a vida de todos nós. Será que nos robotizamos tanto, que alguns dias fora do virtual precisam significar algo trágico? Não pode ser simplesmente uma parada para aquela reciclada básica, para depois voltar mais firme do que nunca? Claro que pode. Não só pode, como, em alguns casos, deve.

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