Coisas do Cotidiano: Leia “Mortos que seguem vivos e vice-Versa”, por Antoniomar Lima

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

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Por Antoniomar Lima Publicado em 28/03/2025, 10:22 - Atualizado em 28/03/2025, 10:22
Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

No filme ‘O Sexto Sentido” de 1999, uma coisa que faz todo sentido é quando o personagem, o garoto Haley Joel Osment diz as quatro palavras que o tornaram conhecido: "Eu vejo gente morta! (I See Dead People)".

Essa frase suscita outros sentidos que vale a pena tentarmos buscar outros ângulos...

Por exemplo, ela me traz à memória dois casos: o primeiro é que segundo leituras, vídeos que tratam desse tipo de caso que há pessoas que na realidade possuem o dom, ou visão ou outro nome qualquer, de ver os mortos, até de ter algum contato no caso dos médiuns, enfim, esse é um assunto que se formos aprofundar tem muito pano pra manga; o segundo caso é aquele dos que não tem esse poder, mas, por outro lado, leem o legado cultural que aqueles deixaram, como escritores e poetas consagrados no imaginário popular.

Aliás, se pensarmos bem, mesmo só lendo, de certo modo conseguimos imaginar, enxergar um pouco, talvez, não de sua compleição física, mas de um bocado do espírito que deixaram fixados nas palavras, ou em quadros, ou outros objetos que criaram, ou mesmo imitaram.

As vozes, as imagens, entre outras coisas que aguçam nossa memória, apesar da ausência física, temos no íntimo de que não se trata de pessoas mortas, mas de pessoas que seguem mais vivas do que muitos vivos.

Essa é uma questão que me dispenso entrar no mérito. Digo isso porque lembrei-me de uma uma frase do imortal escritor baiano Jorge Amado (1912/2001), que, aliás, peço vênia para dizer com minhas próprias palavras: "dentro de mim tem um cemitério particular e, muita gente que vem falar comigo nem percebe que já está morta nele."

Laudate Dominum

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