Leia “Como começar o dia?”, por Antoniomar Lima

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Por Antoniomar Lima Publicado em 20/09/2021, 11:43 - Atualizado em 20/09/2021, 11:44
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Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

Um amigo comum outro dia me pediu para que eu lhe respondesse a seguinte pergunta “Como devemos começar o dia?”. Na hora respondi que não sabia, pois, sempre quando alguém me faz uma pergunta fico desconfiado, talvez por intuir que já tenha na ponta da língua uma resposta, ou solução para o que perguntou.

Talvez, esse amigo esteja lendo a presente crônica – pois lhe disse que escrevia semanalmente no Jornal “Voz Ativa de Ouro Preto” - para saber o que penso sobre a pergunta que me fez. Vamos lá.

Defendo a ideia de que deveríamos começar o dia como se fosse o primeiro e não o último. Pois, o novo dia não deixa de ser também um recomeço; uma nova oportunidade de tentar melhorar o que fizemos no dia anterior; tal, também é um avanço, pois não deixa de constituir mais um dia de aprendizado ao nosso cabedal de conhecimento de nós mesmos e de mundo.

Para quem sabe o valor da esperança, sabe que os dias não são iguais, que cada dia tem a sua peculiaridade no panorama existencial. Quem pensa que os dias são os mesmos vive no círculo vicioso da rotina, de tal forma, que, às vezes, até a sua saúde é afetada.

Não deixa de ser uma insensatez, começar o dia pensando que ele é o último, mesmo havendo essa possibilidade.

Nesse caso, creio que esta última opção não é condizente com a responsabilidade que temos com a nossa vida e com as dos que dependem de nosso trabalho, suor e sangue. A primeira opção pode não conter toda a carga de verdade, mas aumenta a esperança, nos dando uma sobrevida, além da sensação psicológica – e porque não divina? – de que, por mais que as coisas sejam efêmeras, viver sempre valerá a pena.

Afinal de contas, a vida, cremos que ela pertence a Deus e se ela lhe pertence e temos essa consciência, aí que devemos supervalorizar e fazer com que cada momento seja magistral, marcante e inesquecível na memória dos que passam e dos que permanecem em nossas vidas.

Talvez, não dei a resposta que o meu amigo esperava. Se ele supôs que a minha opinião seria oposta à que falei, só uma última coisa quero lhe dizer sobre o último dia: que ele venha – virá, certamente! -, mas que continuemos crendo que não será o último.

Laudate Dominum.

"Coisas do Cotidiano"

Em "Coisas do Cotidiano", o escritor, poeta e graduando em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, busca percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana”.

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