Coisas do Cotidiano: Leia “O Que Pode Nos Impedir?”, por Antoniomar Lima
Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”
Esta é a centésima crônica que escrevo no Jornal Voz Ativa da cidade histórica de Ouro Preto e tal considero um prodígio, pois amealhar essa cifra num tempo em que repartimos o tempo com outros afazeres é quase a mesma coisa que fazer papel de um acrobata, mas que mesmo assim, não deixa de ser uma tarefa prazerosa e salutar.
Aproveito o ensejo para agradecer os jornalistas João Paulo e Silva e Tino Ansaloni pela oportunidade de compartilhar com as leitoras e leitores da Região dos Inconfidentes e adjacências, nossos pensamentos, nossas impressões e reflexões no que tange a condição humana ante a complexa e burocrática sociedade, esta, construída ao longo dos séculos...
Que venham mais cem crônicas! Assim seja!
Depois das palavras iniciais, voltemos ao assunto da crônica de hoje que não deixa de ser desafiador ante as imagens contraditórias de violência que assistimos pelos meios de comunicação, ou que ouvimos falar, ou mesmo que presenciamos durante o carnaval.
Se carnaval é sinônimo de alegria, por que tanta violência?
Eis uma pergunta difícil de ser respondida, pois por mais que o poder público envide todos os esforços e estratégias é, humanamente impossível, controlar o ímpeto de uma multidão enfurecida.
É lamentável cutucar esse vespeiro com caneta curta, mas essa é a realidade nua e crua da existência.
Se por um lado há aqueles que saem das suas casas para se divertirem; por outro, há os que, como numa disputa de cabo de guerra, são adeptos do caminho inverso.
Se for feita uma comparação, constataremos que os momentos de alegria e diversão foram/são maiores, não há dúvidas.
Entretanto, não deixa de ser preocupante as ocorrências paralelas de violência, pois o ideal seria não ter nenhum caso.
Aí a festa seria perfeita, sublime, sem máculas, mas sabemos que isso é uma utopia, ainda mais se tratando da massa humana que é imprevisível isoladamente, reunida é outra história que, na verdade, sabemos quando e como começa, mas não como acabará.
Há como mudar esse estado de coisas? Porque não?
A chance de uma reviravolta está incansavelmente à nossa disposição, mas ainda não conseguimos nos libertar da repetição e da mesmice.
Apesar de sermos desastrados ao pôrmos, por exemplo, o amor em prática, em ação, em atos, tirante o egoísmo, o que pode nos impedir de continuarmos tentando acertar, é claro, sem causar prejuízos a outrem e a nós mesmos?
Laudate Dominum
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