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Coisas do Cotidiano: Leia “Não Custa Nada”, por Antoniomar Lima

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

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Por Antoniomar Lima Publicado em 02/05/2025, 18:35 - Atualizado em 02/05/2025, 18:35
Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

Os melhores anos da vida do ser humano, dizem, foram os que ele não teve consciência de tempo, lugar etc. e tal. Será? Os que nos viram nascer recordam como éramos na aparência. Nós, não. 

O que sabemos de nós chega por outrem: “Olha, você era assim, assado, etc. Tem coisas que contam sobre nós que não acreditamos, simplesmente, porque não lembramos”.

Nessa hora, as dúvidas pairam e começamos a divagar sobre o que dizem...

Estrear no mundo sem ter a mais ínfima consciência do que nos espera é contrastante com as coisas que ouvimos e as que vivemos na vida adulta. 

É como se o colorido, no qual, nascemos envolto, fosse suprimido, não passasse de uma ilusão, de tão passageiro que foi/é. Refiro-me à inocência, à hegemonia da esperança, como se nunca fossem findar, um dia. Ou ter o seu volume diminuído devido às coisas absurdas do mundo real. 

Nesse caso, mais a inocência do que a esperança. Esta última, aos trancos e barrancos, vai resistindo... 

E, os que têm a graça de chegarem à consciência da vida onde começa a batalha das escolhas, da visão de mundo, paulatinamente, vão fazendo a sua seleção de coisas e sentimentos que melhor se adaptem ao seu modo de ser, a sua idiossincrasia, a formação de seu caráter, sua personalidade, para outra batalha que é travada, lá fora, no mundo.

E, já de posse (?) do mundo interior e exterior, ou pelo menos, de como eles funcionam, vamos vivendo, cada um à sua maneira. Aprendendo a lidar com as diferenças (uns rapidamente, outros, tardiamente...), e os limites e, finalmente, com a dura e verdadeira condição humana.

Aí entra outro dilema: se no começo não tínhamos a mínima consciência das coisas, posteriormente, começamos a pensar no fim (que é diferente de querer o fim)! capítulo esse que precisamos ignorar, pois, senão como seguiremos a vida? Ele existe? Existe, mas, existe também a ânsia, a vontade de viver, o ânimo soprado pelo criador para que não deixemos de sentir o néctar da esperança e não cheguemos a conclusão de que a vida se resume num miserável punhado de pó.

Enfim, mesmo com todos os impropérios da existência, creio que não custa nada, fazer um esforço para que ela seja marcante, em algum sentido. 

Quero finalizar esta crônica com um pensamento que não sei de quem é, mas que contém uma verdade inconteste: “aquele que tentou e não conseguiu é superior àquele que nunca tentou”.

Laudate Dominum

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