As eleições municipais 2020, as redes sociais e o impacto da Covid-19

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Por João Paulo Silva Publicado em 01/10/2020, 13:25 - Atualizado em 01/10/2020, 13:25
Foto – Arte reprodução. Crédito – João Paulo Teluca Silva/Jornal Voz Ativa. Siga no Google News

Aguardado com esperança, como todos os inícios de ano, 2020 mudaria para sempre a vida não só de 211,8 milhões de brasileiros, mas de toda a população global. No dia 11 de março, exatos 14 dias após o encerramento dos festejos de Carnaval, a festa mais popular do país, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o mundo vivia uma pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), descoberto em dezembro passado na cidade chinesa de Wuhan. Vírus que se espalhou rapidamente por todos os continentes.

Por todo mundo, uma a uma, as cidades, independentemente de suas extensões geográficas, se tornaram verdadeiros cenários de um filme de ficção científica e foram fechadas por barreiras sanitárias. Turistas deixaram de ser bem-vindos. Familiares passaram a manter distância uns dos outros. Os comércios fecharam as portas.

Diante a forma exponencial como o vírus causador de uma doença pulmonar grave e, até então, totalmente desconhecido pela ciência se espalha, os únicos remédios conhecidos até o momento, de acordo com os órgãos de saúde, são o isolamento social, o uso das máscaras de proteção, higienização constante das mãos, dos objetos de uso compartilhado e pessoal e dos ambientes de convivência. 

Amparados por profissionais que travam uma batalha diária na linha de frente contra o novo coronavírus, neste momento, pesquisadores do mundo inteiro se debruçam sobre pesquisas com o objetivo de combater esse inimigo invisível. Os cientistas estão tentando de tudo, de medicamentos já existes, a novas terapias, mas a maneira mais provável de acabar com a pandemia é uma vacina, afirmam.

Enquanto isso, assistimos a um impacto profundo nos mais variados setores da sociedade: na economia, na educação, na cultura, lazer, entretenimento, nas operadoras de saúde, nas interações sociais, e, em termos mais abstratos, no bem-estar psicoemocional das pessoas e até mesmo na maneira como enxergamos e nos posicionamos no mundo.

Consequentemente, impactos também serão percebidos no processo eleitoral de 2020.

Eleições e redes sociais

Em ano de eleições municipais, as mesmas não deixariam de ser impactadas pela ameaça da Covid-19. No início de setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão máximo da Justiça Eleitoral, aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC), que alterou as datas do calendário eleitoral 2020.

A princípio, de acordo com calendário inicial do TSE, definido em dezembro de 2019, o primeiro e segundo turnos aconteceriam em 4 e 25 de outubro, respectivamente. Por meio de audiências com especialistas e integrantes do órgão, a PEC nº 18/2020, aprovada pelo Congresso, adiou o primeiro turno para 15 de novembro, e o segundo, para 29 de novembro.

Quem acompanha os processos eleitorais de perto sabe que nenhum pleito é semelhante ao outro. Em quatro anos, espaço de tempo em que acontecem as eleições no âmbito municipal, muitas mudanças acontecem, sobretudo em um contexto fortemente marcado por quebras de paradigmas impostos pela “Revolução Digital”, também chamada de “Era da Informação”, termo utilizado por especialistas mundiais de tecnologia.

No entanto, a mudança no cronograma das Eleições Municipais 2020 é um mero detalhe. Existem desafios maiores nesse pleito salpicado de obstáculos.

Com as medidas de segurança impostas pelos órgãos de saúde, ou até mesmo decretos estaduais e municipais, em razão da pandemia do novo coronavírus que recomendam, sobretudo, o isolamento social até que haja uma vacina para a doença, veremos a utilização em larga escala das redes sociais (Facebook, Instagram, Youtube) pelos candidatos. Isso certamente acontecerá, seja na disputa por uma vaga no legislativo ou na busca do cargo de representante máximo do executivo municipal. 

Embora devamos sempre estar atentos a problemas graves como notícias falsas (as chamadas fake news) e desinformação, sobretudo em um contexto de polarização ideológico partidária que vem ganhando força no Brasil (e no mundo) de alguns anos para cá, as redes sociais se mostraram fortes aliadas dos candidatos nas últimas eleições no país. E esse ano não será diferente.

Em tempos em que o chamado “corpo a corpo” deverá seguir protocolos de segurança e o novo pleito não terá a mesma intensidade da campanhas anteriores, as redes sociais devem ser enxergadas pelos eleitores como ferramentas essenciais, instrumentos que devem ser levados em consideração. Serão por meio delas que as mensagens dos candidatos encontrarão o seu destino.

Independentemente da plataforma digital utilizada, é preciso ter discernimento, bom senso e, sobretudo, questionar a legitimidade dessas informações para que no dia de se dirigir às urnas, o eleitor esteja com a consciência tranquila por ter tomado a decisão mais acertada para si mesmo, sua família e todos os munícipes.

Afinal, essa decisão resultará em quatro anos de uma gestão que afetará de forma direta a vida dos ouro-pretanos e ouro-pretanas.          

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