Em tempos de coronavírus, o espírito da solidariedade parece ter contaminado as repúblicas estudantis de Ouro Preto (MG). Depois da Pif-Paf e Casanova trocarem as festas que comemorariam os seus anos de fundação por iniciativas em prol dos mais necessitados, foi a vez da República Tróia também focar em uma ação beneficente na cidade histórica.
Sem festas, República Pif-Paf comemora aniversário com ação solidária em Ouro Preto-MG
República Casanova também troca festas por ação solidária durante quarentena
No dia 16 de maio, a república fundada em 1999 e que tem a amizade como lema, realizou a entrega de cestas básicas e itens de higiene e desinfecção a 24 famílias da Antiga Vila Rica. As doações contemplaram moradores de bairros como Lagoa, Alto da Cruz, Padre Faria, entre outros.
No vídeo abaixo, Pedro Menezes fala um pouco mais da ação promovida pela república.
Pedro Menezes, 25 anos, aluno egresso do curso de Engenharia de Controle e Automação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e ex-morador da República Tróia conta que a ação foi inspirada pela atitude de outros colegas ufopianos.
“Eu li a matéria publicada no Jornal Voz Ativa sobre a ação da República Pif-Paf e levei a ideia para os atuais e ex-moradores que toparam na hora. Todos contribuíram e assim foi possível colocar a ideia em prática”, explicou Pedro.
O jovem conta também que os estudantes entraram em contato com o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), a fim de verificar as famílias mais necessitadas na cidade.
O equipamento público que tem como objetivo fortalecer a convivência entre a família e a comunidade em áreas de maior vulnerabilidade social foi quem repassou a lista das famílias necessitadas de ajuda aos jovens.

Diferente das repúblicas Casanova e Pif-Paf, a Tróia não estava comemorando a sua fundação. Pedro explica que a iniciativa surgiu de forma espontânea, do desejo de ajudar e foi estimulada pelo tempo difícil e incerto que estamos enfrentando em função do novo coronavírus.
“Realmente, tem muita gente precisando nesse momento. Se antes da pandemia as coisas já estavam difíceis, agora as desigualdades sociais aumentaram. Por isso o nosso desejo de ajudar. Quem sabe a nossa iniciativa encoraje outras repúblicas a fazerem o mesmo...”
Há quem diga que o mundo jamais será o mesmo após a pandemia do novo coronavírus. Outros acreditam que, em se tratando de evolução, o ser humano continuará o mesmo, envolto em egoísmo. Certamente, esses jovens estudantes e ex-moradores são uma prova de que vale a pena fazer o bem, mesmo que fragilmente. E que sim, é possível continuar crendo que dias melhores virão.

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