Para aquecer no tempo frio ou ajudar aqueles que mais necessitam de auxílio, magistradas, magistrados, servidoras e servidores da Comarca de João Monlevade, na região Central de Minas Gerais, se unem em ações de voluntariado ao longo do ano. As campanhas se mostraram tão exitosas que chamaram a atenção do Núcleo de Voluntariado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que tem como superintendente a desembargadora Maria Luíza de Marilac Alvarenga Araújo.
Nos últimos três meses, ao menos duas campanhas foram realizadas pela Comarca, com arrecadação de produtos de higiene, colchões, cobertores, roupas e sapatos. As doações foram direcionadas às pessoas atingidas pelas chuvas no Rio Grande do Sul e aos idosos atendidos pelo Asilo Lar São José, em João Monlevade.
Essas iniciativas são conduzidas pelo juiz coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Comarca, Estevão José Damazo.
A superintendente do Núcleo de Voluntariado do TJMG, desembargadora Maria Luíza de Marilac, ressaltou a importância das ações realizadas em João Monlevade, reforçando que o fomento às atividades de voluntariado nas comarcas é um dos principais focos do Núcleo. “É uma alegria para nós ver exemplos como o do juiz Estevão José Damazo, que incentiva servidoras, servidores, colaboradoras e colaboradores a levarem melhores condições àqueles que precisam”, disse.
Segundo o juiz Estevão José Damazo, as ações de voluntariado foram realizadas a partir da vontade de estender a mão àqueles mais necessitados da comunidade.
“Alguns poderão dizer que fórum não é instituição de caridade. De fato, não é no sentido tradicional, porque lidamos com interesses que não são nossos, e ninguém pode doar aquilo que não é seu. Porém, como se costuma dizer, em tudo se deve buscar a caridade. Isso se faz nos detalhes, no modo de acolher o jurisdicionado, na forma de tratar o outro e nas pequenas ações que aliviam o sofrimento alheio”, afirmou.
O magistrado disse que as ações, realizadas “há um bom tempo” em João Monlevade, podem, agora, ajudar a expandir o voluntariado no Estado, como forma de engajar outras comarcas. Seis ações já foram realizadas desde o início do projeto em 2023.
“Até então não havíamos divulgado ações anteriores para fora da circunscrição em virtude do propósito de caridade silenciosa, mas agora, concitados pelo Núcleo de Voluntariado, o fizemos com vistas a incentivar outras ações semelhantes pelo Estado para expansão de boas práticas”, afirmou.
Conforme o juiz, as iniciativas fazem parte do Projeto Mãos Unidas, promovido pelo setor de Cidadania do Cejusc da Comarca.
O projeto busca promover a cultura de doação e solidariedade na Comarca, ampliando a relação institucional do Judiciário estadual com a sociedade, além de contribuir com as entidades e instituições do município que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade.
Entidades beneficiadas
Além das doações para o Rio Grande do Sul e para o Asilo Lar São José, em João Monlevade, as campanhas do Cejusc são direcionadas a entidades como o Instituto Trabalhadores do Bem e a Fundação Municipal Crê-Ser.
Para a Fundação Municipal Crê-Ser, que, entre outras atribuições, acolhe crianças e adolescentes em situação de risco que não podem permanecer sob os cuidados dos pais ou de familiares, é feita, anualmente, nos meses de setembro e outubro, doação de brinquedos, jogos educativos e livros para distribuição no Dia das Crianças. Na oportunidade, a partir de setembro, trabalhos artísticos feitos pelos jovens atendidos pela Fundação são expostos no fórum da cidade, como forma de sensibilizar a comunidade jurídica acerca da prioridade absoluta com que a infância deve ser tratada, seguindo os preceitos constitucionais.
No Instituto Trabalhadores de Bem, que atua com projetos de voluntariado e campanhas de doação, como a entrega de cestas básicas, roupas, cobertores, distribuição de café e marmitas, o Cejusc contribui com a arrecadação de itens alimentícios.
Segundo o juiz Estevão José Damazo, são convidados a atuar nas ações de voluntariado as colaboradoras e os colaboradores do fórum, além de membros de outras instituições, como Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ordem dos Advogados – Seção Minas Gerais (OAB-MG), Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), Poderes Executivo e Legislativo, Forças Policiais, Cartórios Extrajudiciais, bem como a comunidade jurídica em geral.
“Da perspectiva interna, essas ações são importantes na gestão do recurso humano, porque levam a uma maior união da nossa equipe. As pessoas ficam mais alinhadas em um propósito comum e isso gera um ambiente de trabalho mais harmônico, melhorando as relações internas e também com o público externo que contribui. Da perspectiva externa, essas ações aproximam o Poder Judiciário do cidadão por meio de uma visão humana. Empiricamente elevam a credibilidade do fórum, pois as pessoas sentem que estamos com o cidadão lado a lado. Naturalmente, o papel precípuo é a prestação jurisdicional e a solução de conflitos. Todavia, no caminho de fazê-lo, é possível ir além, etimologicamente, ‘excel’”, afirmou.
Diretoria Executiva de Comunicação – Dircom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG
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