Pela primeira vez na história do Big Brother Brasil, uma marca de maquiagem topou patrocinar uma edição do programa. De acordo com informações divulgadas pelo Terra, a Avon investiu nada menos que a quantia de R$ 78 milhões no reality da Globo. Mas, ao que tudo indica, o "merchan" foi, no mínimo, desastroso.
Com uma série de produtos da famosa marca exposta na casa mais vigiada do país, o participante Caio sugeriu que todos os brothers fossem maquiados pelas sisters. Desafio aceito, alguns deles começaram a agir com trejeitos, criaram nomes femininos e começaram a agir como se imitassem uma travesti ou uma mulher.
Quem não gostou nada da brincadeira foi Lumena, bissexual e ativista do movimento LGBTQI+. A DJ foi direto ao assunto com o fazendeiro Caio. “Eu sei que você não sabe, porque eu sei que você não tem amiga trans, não tem amiga travesti.” A participante insistiu na reprovação do que viu. “O que você brincou hoje, para as outras pessoas, para outros grupos, é violência.”
Abalado, Caio afirmou ter conhecimento da violência sofrida por filhos gays de funcionários de sua propriedade. Casado e pai de duas meninas, ele cogitou abandonar o programa por ter se sentido exposto como “machista”.
Com certeza, o ocorrido deve ter abalado o merchandising da Avon que já havia criado uma mensagem em prol da tolerância. O primeiro intervalo na estreia do ‘BBB21’, na segunda-feira (25), foi aberto com uma peça publicitária na qual algumas moças e um rapaz apareceram com maquiagem em tons fortes de rosa, em nítida promoção da diversidade sexual e de gênero.
Na conta oficial do BBB no Instagram foi divulgado o seguinte texto, bem mais “inocente” que os comentários de Caio:
“Na tarde de hoje, nossos brothers receberam uma surpresa incrível da Avon e se sentiram poderosos com tantos mimos! Rolou muita produção de makes com produtinhos lindos, práticos e perfeito e claaaro, muitas sessões de fotos, desfiles e comemoração com direito a um brinde super especial Eles merecem, não merecem?”
Uma simples brincadeira ou realmente um ato de violência? Quem se posicionou foi Duda Salabert, que além de transexual é a vereadora mais bem votada na história de Belo Horizonte:
"Há anos não vejo BBB. Mas por causa desse vídeo que me chegou via twitter, vou acompanhar o programa. Que aula Lumena deu para o país que novamente liderou o ranking de assassinatos contra travestis e transexuais. O assassinato, lembremos, começa na fala, no escárnio, na suposta piada".
Transfobia é uma forma de preconceito contra pessoas transexuais que pode se traduzir em atos de violência física, moral ou psicológica. A transfobia é uma forma de aversão às pessoas trans e se manifesta em diferentes ações de preconceitos, sejam explícitos ou velados. Esse preconceito deriva da não-aceitação da manifestação individual dessas pessoas. Atualmente, o brasil é um país extremamente violento contra pessoas com sexualidades distintas da heterossexualidade, porém é um país extremamente violento contra pessoas transexuais especificamente. A informação é do canal educativo InfoEscola.
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