Câmara discute saúde reprodutiva e sexualidade com jovens de Amarantina, Ouro Preto-MG

A audiência pública no distrito aconteceu na última segunda-feira (10). A motivação do encontro foi um projeto realizado por estudantes da Escola Estadual Professora Maria do Carmo Almeida.

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Por João Paulo Silva Publicado em 12/12/2018, 10:25 - Atualizado em 03/07/2019, 20:37

Foto-Divulgação
Crédito-Ascom/CMOP

Com o objetivo de debater sobre saúde reprodutiva e sexualidade com os alunos e a comunidade do distrito de Amarantina, foi realizada nessa segunda-feira (10), audiência pública na Escola Estadual Professora Maria do Carmo Almeida. O debate foi motivado após a realização de um projeto realizado pelos alunos da escola, com a temática “Perfil social das jovens mães do distrito de Amarantina”.

O vereador Geraldo Mendes (PCdoB), que presidiu a conversa, parabenizou a escola pela realização da pesquisa. “Quero parabenizar a escola e o professor Pedro, que em uma conversa disse que havia realizado esse projeto de pesquisa com os alunos. Então, o chamei para fazer essa audiência e mostrar à comunidade os dados constatados. Esse projeto tem que ser uma discussão permanente nas escolas municipais, até mesmo como prevenção, porque a evasão da escola, principalmente das meninas, em muitos casos se deve a isso, em ter o nascimento do filho e não conseguir conciliar o estudo com a tarefa de mãe, enquanto que o pai, muita das vezes, não dá a devida atenção”, disse.

De acordo com o professor de Biologia da Escola Estadual Professora Maria do Carmo Almeida, Pedro Camargo, o “Peixe”, “é de extrema importância um debate como esse que está relacionado com a saúde reprodutiva e sexualidade no contexto da comunidade escolar, tendo em vista que temos observado um número crescente de gravidez na adolescência, em especial nos últimos três anos, que é o tempo que leciono na escola. Conseguimos perceber que uma das formas que poderíamos atingir essa parcela importante da população seria através de projetos que a gente tivesse condição prática de fazer esse debate acerca da prevenção da gravidez e também da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s)”.

Para o integrante do Grêmio Estudantil da Escola Estadual Professora Maria do Carmo Almeida, Marcos Vinícius Soares, de 18 anos, “quem trouxe essa ideia foi o professor Pedro, através dos alunos, com o projeto das mães grávidas da região de Amarantina. A importância desse assunto é para mostrar à sociedade essas consequências e o que tem acontecido dentro da cidade deles. Esse tema é discutido dentro da escola, em grupos com o professor. E agora, através dessa audiência pública, poderemos levar conhecimento também para a população em relação a sexualidade e quebrar tabus”, ressaltou.

Representando a União Brasileira de Mulheres (UBM), Patrícia Palazzi destacou que “a discussão sobre gravidez na adolescência é muito importante, porque temos que discutir o impacto da gravidez, que acontece muito precocemente e vai atingir a vida da mulher como um todo. Também discutimos o impacto financeiro que causa dependência, normalmente nas relações das famílias mais pobres e temos que lutar sempre pela independência feminina”.

A Diretora da Escola, Flávia Cássia de Carvalho explicou que “o que levou os alunos, junto ao professor Pedro a fazer o projeto foi o grande número de meninas grávidas na escola e também de meninos que nos procuravam para dizer que seriam pais e achamos muito importante a realização dessa audiência para divulgar esse projeto, não só para Amarantina, como para a nossa cidade de Ouro Preto em geral”.

Sobre o projeto

O projeto “Perfil social das jovens mães do distrito de Amarantina” foi premiado pela secretaria Estadual de Educação e foi registrado na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Nele consta o nível de escolaridade das jovens; o sexo das crianças; a idade das mães; tom de pele das mães; a ocupação principal; a região do distrito que reside; com quem moram; a idade das crianças; se o pai da criança é presente; se os jovens receberam apoio da sua família ao descobrir a gravidez; se a gravidez foi planejada; o conhecimento ou a participação em palestras sobre métodos contraceptivos na escola; se foi fácil o acesso a métodos contraceptivos; e se a vida dos jovens tiveram alguma mudança após a gravidez.

Dentre as conclusões feitas pelos alunos após a pesquisa estão: a necessidade de mais e melhores políticas públicas de saúde no distrito; importância de combater os resquícios patriarcais que colocam a mulher sempre abaixo do homem e a urgência em se trabalhar saúde reprodutiva nas escolas locais e na comunidade.

Dessa forma, ao final da audiência foi feito o encaminhamento de levar à secretaria de Educação a realização desse projeto aos outros distritos de Ouro Preto.

Assessoria de Comunicação/Câmara Municipal de Ouro Preto

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