Visto de Duda Salabert é emitido com gênero masculino pelos EUA, gerando polêmica

Deputada federal denuncia transfobia e desrespeito à soberania brasileira após ter gênero alterado em documento americano. Caso é semelhante ao da deputada Érika Hilton.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 17/04/2025, 13:36 - Atualizado em 17/04/2025, 13:37
Foto – Duda palestra durante evento promovido pelo “Projeto Vidas” no ICSA/UFOP. Crédito – João Paulo Silva/Jornal Voz Ativa. Siga no Google News

A deputada federal Duda Salabert (PDT) teve seu visto americano emitido com o gênero masculino, o que gerou forte reação da parlamentar. Segundo ela, a alteração ocorreu durante o processo de renovação do documento, necessário para sua participação em um curso em Harvard, para o qual foi convidada por uma organização internacional.

O caso de Duda Salabert segue o mesmo padrão da deputada trans Érika Hilton, que também foi informada de que seu visto de entrada nos Estados Unidos consideraria seu gênero como masculino.

De acordo com a deputada mineira, o consulado americano justificou a alteração do gênero no visto com o argumento de que sua identidade de gênero é de conhecimento público no Brasil. Duda Salabert classificou a situação como "mais do que transfobia", denunciando um "desrespeito à soberania do Brasil e aos direitos humanos mais básicos".

"Tenho confiança de que o Itamaraty se posicionará com firmeza, pois esse ataque não é só contra mim e Erika Hilton, é uma afronta a todos os brasileiros e brasileiras que acreditam na dignidade, no reconhecimento e no direito de existir plenamente", declarou a deputada em suas redes sociais.

A parlamentar informou que está buscando resolver a questão por vias diplomáticas. Duda Salabert e Érika Hilton são as únicas deputadas trans em exercício na Câmara dos Deputados.

A assessoria de imprensa da deputada explicou à TV Globo que ela recebeu um comunicado do consulado americano que cita uma ordem executiva assinada pelo ex-presidente Donald Trump, que determina que documentos de identificação emitidos pelo governo americano reflitam o sexo do portador "conforme definido na seção 2 desta ordem".

Em nota, a embaixada dos Estados Unidos afirmou que a política do país é "reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento". A embaixada também ressaltou que os registros de visto são confidenciais e que, por política, não comenta casos individuais.

A situação enfrentada pelas duas deputadas é resultado da ordem executiva assinada por Donald Trump, que estabelece que os documentos de identificação emitidos pelo governo americano devem refletir o sexo biológico do portador.

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