Violência patrimonial deixa mulheres dependentes de agressores; Saiba como denunciar

Forma de agressão prevista na Lei Maria da Penha é ainda mais velada pela dificuldade de ser comprovada

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 13/10/2022, 13:06 - Atualizado em 13/10/2022, 13:06
Foto – Reprodução / Divulgação Siga no Google News

Pouco se fala em violência patrimonial, mas este crime, previsto nos termos da Lei Maria da Penha, está presente em lares de diversas mulheres do Brasil. O abuso é entendido como qualquer conduta que configure controle do dinheiro da mulher, deixando de pagar pensão alimentícia, destrói documentos, priva ou furta a mulher de bens ou recursos econômicos, causa danos propositais a objetos dela ou de que ela gosta.

A maioria dos casos ocorre no momento do divórcio, justamente quando, após a separação de fato, um dos cônjuges permanece na administração, posse e usufruto exclusivo da totalidade ou de grande parte dos recursos.

"É difícil para mulher reconhecer que está sendo vítima de uma violência. Geralmente, o parceiro começa negando um dinheiro indispensável para suas necessidades pessoas, troca senhas do banco ou até mesmo força a pessoa a assinar documentos", explica a tabeliã Fernanda Leitão.

Abuso patrimonial e violência física

Fernanda explica que forjar dados não é a principal estratégia do parceiro. O abuso patrimonial também costuma vir acompanhado de outros tipos de violência, como agressões verbais, físicas e psicológicas.

Nesse âmbito, Fernanda também destaca que tanto no casamento, como na união estável, é imprescindível que se regulamente os aspectos patrimoniais. Logo, em toda a relação com intuito de constituir família, a formalização de um pacto antenupcial (casamento) ou de regras expressas em um contrato de união estável, para a escolha de um regime de bens com as regras que vigorarão durante a constância do casamento ou da união estável, é essencial para que haja segurança e previsibilidade para ambas as partes.

Canais de denúncia

Os cartórios agora integram a campanha Sinal Vermelho, que visa incentivar e facilitar denúncias de qualquer tipo de abuso dentro do ambiente doméstico.

Por meio de um símbolo, um X desenhado na palma da mão, as vítimas poderão, de maneira discreta, sinalizar ao colaborador do cartório a situação de vulnerabilidade, e este poderá acionar a polícia.

"É fundamental que as mulheres tenham condições para romper com todo ciclo de violência que as cercam, contando com ferramentas jurídicas e de assistência social", ressalta Fernanda.

O número 180, que é a Central de Atendimento à Mulher, e o aplicativo PenhaS também são ferramentas das quais a vítima pode dispor.

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