Recém-nascido abandonado com pé e orelha amputados morre em hospital de BH
O caso de abandono e violência foi registrado pela Polícia Militar no sábado (19/4), e desde então, a criança permanecia internada em estado gravíssimo no Hospital João XXIII.
O bebê do sexo masculino, encontrado abandonado com um pé e parte de uma orelha amputados em Angelândia, na região do Vale do Jequitinhonha, faleceu nesta quarta-feira (23). O caso de abandono e violência foi registrado pela Polícia Militar no sábado (19), e desde então, a criança permanecia internada em estado gravíssimo no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
A confirmação do óbito foi emitida pela Prefeitura de Angelândia, que expressou seu compromisso em “garantir uma despedida digna” ao recém-nascido. A administração municipal informou que será responsável pelo translado do corpo e pela organização das cerimônias de velório e sepultamento.
Os responsáveis legais do bebê são os principais suspeitos do crime e encontram-se sob custódia policial. A avó da criança, de 36 anos, e seu companheiro, de 39, estão detidos na cidade de Capelinha. A mãe do recém-nascido, uma adolescente de 16 anos, foi apreendida pelas autoridades.
Prisão de Familiares
A Polícia Civil efetuou a prisão em flagrante dos suspeitos no próprio sábado (19), dia em que o bebê foi encontrado.
A mulher de 36 anos e o homem de 39 são, respectivamente, mãe e padrasto da adolescente de 16 anos, identificada como a genitora do recém-nascido. A família reside em um terreno adjacente ao lote baldio onde a criança foi localizada, no Bairro Vila Nova.
De acordo com os policiais que atenderam à ocorrência, o bebê estava sendo atacado por cães no momento de sua descoberta por dois vizinhos. Estes afastaram os animais e acionaram a polícia.
O recém-nascido apresentava intenso choro e já havia sofrido a amputação parcial de uma orelha e de um dos pés. Em estado grave, foi transportado de helicóptero para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, onde permaneceu internado até seu falecimento nesta quarta-feira.
Testemunhas relataram à polícia que a mãe e o padrasto da adolescente também avistaram o bebê chorando no lote baldio na manhã de sábado, mas se retiraram do local sem prestar auxílio.
Os vizinhos também informaram que havia suspeitas de gravidez da adolescente, fato que era ocultado pela família. Desde a noite de sexta-feira (18), sons de choro de bebê foram ouvidos na vizinhança.
Após o resgate do recém-nascido, policiais se dirigiram à residência da família suspeita, que não se encontrava no local. Segundo a polícia, a casa estava parcialmente aberta e, ao entrarem, encontraram uma toalha com significativas manchas de sangue no quarto indicado como pertencente à adolescente.
A família foi localizada na casa de parentes na zona rural da cidade. Em depoimento aos policiais, a adolescente, que utilizava uma cinta abdominal, negou ter realizado um parto, alegando que a cinta era para modelar a cintura. O padrasto e a mãe negaram ter conhecimento da gravidez da menor.
A adolescente foi encaminhada a uma policlínica para exame médico. O laudo pericial constatou “lacerações perineais e saída ativa de sangue”, além de evidenciar, no exame de toque, “colo de volume aumentado, anterior, com orifício interno e externo dilatados, além de sangue”.
A adolescente foi detida por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio qualificado. A Polícia Civil informou que, após ser ouvida, ela “aguarda decisão do Ministério Público para dirimir sobre sua eventual internação”.
A mãe e o padrasto foram conduzidos para prestar depoimentos e foram presos em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio qualificado.
Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), eles deram entrada no presídio de Capelinha no domingo (20) e permanecem à disposição da justiça.
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