Disparada no preço dos alimentos da cesta básica aumenta pedido de ajuda em ONG’s

Nos últimos 6 meses, o número de cadastros preenchidos para seleção teve um aumento de 170%.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 24/05/2022, 13:33 - Atualizado em 24/05/2022, 16:15
Foto – Reprodução. Crédito – Daniel Medeiros. Siga no Google News

Se comprar comida não tem gás para cozinhar. Se não comprar gás, come comida crua”, esse é o relato de uma das assistidas da ONG que aguardava na fila, durante a última entrega realizada no mês passado. No Ação Contra a Fome, ONG sem fins lucrativos localizada na Vila Carrão, Zona Leste de SP, esse tipo de assunto é recorrente entre as 500 assistidas do projeto. E o número de pedidos de socorro, infelizmente, só cresce. Com a disparada no preço de itens básicos da cesta de alimentos, está difícil até comer o arroz e feijão.

Em 2020, no início da pandemia, a ONG atendia cerca de 70 chefes de família/mês. No ano seguinte, graças ao auxílio de doadores, o número saltou para 200 cestas básicas entregues mensalmente. Em 2021, houve uma redução no número de doações, mas os pedidos seguiram em alta e o ano foi fechado com entrega de 500 cestas, já utilizando grande parte da reserva de emergência da instituição.

Com a alta nos preços dos alimentos que compõem a cesta básica, 2022 segue estourando o orçamento mensal do Ação Contra a Fome. A conta não fecha nunca porque o valor da Cesta Básica subiu em torno de 25% comparado ao mesmo período do ano passado. Mesmo comprando em grande quantidade para que os descontos possam acontecer, não está sendo suficiente para equilibrar o caixa. Outra análise observada foi a qualidade dos produtos da cesta. Cada vez mais temos que fazer “malabarismo” para não piorar a qualidade, nem diminuir a quantidade em cada entrega.

Resultado: na última entrega foram 600 famílias pedindo ajuda e 60 delas tiveram que voltar para casa sem nada. Cenas como pessoas que receberam o alimento dividindo com quem tivemos que negar foram recorrentes na entrega do mês de abril. A triste realidade que não imaginávamos passar.

Aumento no valor do gás não ajuda

Muitas famílias que são assistidas pelo projeto reclamam que o preço do gás pesou demais na conta mensal. Reflexo disso foi o aumento no número de cadastro de mulheres que trabalham, ainda que de maneira informal, e mesmo assim não conseguem comprar comida e gás para os filhos.

Já tivemos relatos de assistidas dizendo que estavam cozinhando com álcool e fizemos uma palestra sobre segurança doméstica para evitar casos de acidentes e mortes. Nosso trabalho também é orientar e prestar auxílio educacional nesse sentido.

A ONG Ação Contra a Fome atua há 29 anos, na zona leste de SP, assistindo mulheres em situação de risco (idosas, chefes de família com enfermidades, grávidas), com a distribuição de cestas básicas. Toda a doação recebida é revertida em alimentos, distribuídos sempre no último domingo de cada mês.

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