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“Nosso maior patrimônio é a vida”, afirmam agentes de segurança após casarão ser destruído em Ouro Preto

O jornalista Tino Ansaloni esteve no local e conversou com profissionais diretamente envolvidos nas ações que impediram o pior.

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Por João Paulo Silva Publicado em 13/01/2022, 20:11 - Atualizado em 15/01/2022, 20:58

Veja fotos no final do texto

Um casarão do século XIX e uma casa de propriedade particular onde funcionava um depósito foram totalmente destruídos, por volta das 9h10 da manhã de hoje (13/01), em Ouro Preto (MG), após um deslizamento de terra. O incidente ocorreu na Praça da Estação, mais precisamente no encontro das ruas Diogo de Vasconcelos e Pacífico Homem. O local liga a parte antiga às novas construções da cidade e, diariamente, registra tráfego intenso de pedestres e veículos. Apesar da perda do patrimônio histórico que pertencia ao município, o deslizamento não deixou feridos, segundo informações da Defesa Civil Municipal.

Vídeo mostra casarão histórico sendo destruído em Ouro Preto-MG

Ainda no início da tarde, o jornalista Tino Ansaloni esteve no local e conversou com pessoas diretamente envolvidas no incidente. O comandante da Guarda Municipal, Jonathan Marotta, destacou como “fundamental” a ação da Defesa Civil, da agente Paloma Magalhães e dos agentes da Guarda Municipal que inclusive arriscaram as suas próprias vidas para fazer o isolamento, tentando alertar as pessoas que não viam o risco no local. “Graças a Deus, nenhum ferido. Felizmente, o nosso maior patrimônio que é a vida, foi preservado”.

O superintendente de Transporte e Trânsito, Jorge Kassis, afirmou: “Graças a Deus, o dano foi material e não tivemos vítimas fatais. A Defesa Civil agiu com precisão, antevendo o perigo. Nós não saberíamos o que seria dessa tragédia material se estivessem vidas envolvidas também”.

Kassis destacou também a importância da participação da servidora Paloma Magalhães que faz parte do quadro da Defesa Civil. “Ela foi fundamental, já que foi a Paloma, num primeiro momento, que acionou a Guarda e a Ourotran. Talvez ela não tenha a dimensão de quantas vidas ela salvou”.

Certamente, o deslizamento poderia ter resultado em algo mais grave, não fosse Paloma Magalhães que estava em outro bairro e foi avisada por um motorista de ônibus de linha urbana que observou pedras rolando quando dirigia em trabalho, passando pelo local. Imediatamente Paloma seguiu para o local e iniciou a interdição da vias.

Fábio Rogério Alves, o Fábio Barbeiro, que há três anos tinha seu estabelecimento ali, no local do deslizamento, afirmou que também auxiliou as autoridades a evacuar a área. O local fica ao lado da Ponte da Estação e ali, há um ponto de ônibus, além do tráfego de pessoas e muitos veículos durante todo o dia. "Eu corri assim que soube que poderia deslizar e fui ao ponto de ônibus para retirar pessoas que estavam lá. Fiz tanta coisa em tão pouco tempo, que não lembro direito o que fiz". conta Fábio, aliviado de estar em outro ponto com sua barbearia.

Charles Romazâmu Murta, geólogo da Defesa Civil de Ouro Preto, disse que o prédio já havia sido interditado há dez anos sob o risco de deslizamento e também elogiou a ação de Paloma Magalhães. “De uma forma muito proativa a nossa agente, treinada, conseguiu perceber os primeiros indícios de movimentação [do solo] e dessa forma ela acionou de maneira tempestiva o nosso contingenciamento. Com uma sintonia fantástica, a Guarda e a Ourotran chegaram até o local e conseguiram interditar a via, evitando a passagem de pedestres e veículos. Assim nós conseguimos evitar vítimas”.  

Segundo destacou o coordenador de Defesa Civil, Neuri Moutinho, a equipe técnica trabalha de forma conjunta e incansável para garantir a segurança da população, mas não só nos períodos chuvosos. “No período de seca nós estamos nos preparando, ou seja, nos reciclando para poder dar respostas à população e o exemplo está aí. Se não tivéssemos uma preparação, talvez estaríamos agora com várias vítimas. O nosso maior patrimônio é a vida”.

Questionada se era “a pessoa certa no momento certo”, Paloma Magalhães agiu com modéstia. De acordo com ela, “a pessoa certa no local certo foi o motorista da Rota Real que me interceptou no bairro Taquaral e me informou sobre o pequeno deslizamento que havia ocorrido no Morro da Forca”. Pamela conta que se deslocou diretamente para o local, “quando cheguei aqui, constatei que o deslizamento realmente era pequeno, mas identifiquei uma trinca em formato de cunha que já estava prestes a deslizar. Imediatamente, acionei o restante da equipe da Defesa Civil que chegou prontamente. Dois agentes da Guarda Civil estavam aqui e me ajudaram a terminar o isolamento que eu já tinha começado. Em questão de dez minutos tudo veio abaixo”, lembrou.

A Defesa Civil, ainda no local, analisa a situação. A via deve ficar interditada por tempo indeterminado.

Fotos - Momentos após deslizamento de terra e desabamento do casarão / Crédito - Eliseu Damasceno

Momentos após deslizamento e desabamento de casarão - Fotos- Ane Souz

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