Após pintura em muro escolar, Programa volta a Ouro Branco para formar multiplicadores em Educação Patrimonial

Já estão abertas as inscrições do Programa Educativo Iphan+80; são 40 vagas gratuitas para professores e agentes culturais na cidade

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 28/08/2024, 15:41 - Atualizado em 28/08/2024, 15:42
Foto — Ação em Ouro Branco. Crédito — Amanda Salgado e Sol Barreto. Siga no Google News

O Programa Educativo Iphan+80, que já envolveu as localidades de Belo Vale, Congonhas, Ouro Branco, Miguel Burnier em Ouro Preto, Mariana, Juiz de Fora e Cataguases em uma ação de pintura de muros representando bens culturais locais, está entrando em nova fase. O Programa começou com intervenções artísticas, que mobilizaram as comunidades locais com pinturas em muros de escolas e acaba de iniciar seu segundo momento: o de realização das oficinas de formação, que têm o intuito de formar professores e agentes culturais para atuarem como multiplicadores em Educação Patrimonial.

Na primeira fase, são inúmeros os relatos de experiências transformadoras provocadas pelo Programa. Em Ouro Branco, o professor Sheldon falou de forma tocante sobre como a pintura no muro conseguia conectar os saberes escolarizados com os saberes da rua, como uma membrana permeável de sentidos e possibilidades e não como uma barreira física.

“Como professor da cadeira de História, aqui, do Colégio Municipal Pio XII, vindo para trabalhar, eu encontrei essa verdadeira galeria de arte a céu aberto. Fiquei impressionado porque, quando olhei para esse espaço, para esse conjunto multicultural, esse pluriverso cultural onde várias civilizações se encontram para dialogar com a cultura da rua, eu logo imaginei uma sala de aula nascendo. Uma sala de aula onde as culturas da rua penetram no ambiente escolar para enriquecer o ambiente escolarizado e onde o conhecimento escolar também dialoga com o conhecimento da rua,” disse Sheldon.

Além de ser sensibilizado como professor, Sheldon foi tocado em sua origem pelo Programa. “Eu sou bisneto de um tropeiro. E para mim é uma honra muito grande chegar aqui e encontrar parte das raízes da minha família retratada na escola onde eu leciono. É uma história familiar conectada com a história de um Estado, de um país e de um continente,” acrescentou o professor.

E sem permitir que essas experiências esfriem, desde agosto o Programa Educativo Iphan+80 volta às mesmas cidades com uma proposta ainda mais intensa: formar multiplicadores. Agora, os professores e agentes culturais inscritos gratuitamente nas oficinas têm a oportunidade de participar de uma vivência dinâmica, capaz de envolver os sentidos no processo de redescoberta do patrimônio cultural de cada cidade. Além dos conceitos e teorias que permeiam esse tipo de formação, o objetivo é promover uma ação sensível e transformadora.

As oficinas acabaram de ser realizadas em Cataguases e Juiz de Fora e a organização delas tem permitido que resultados surpreendentes floresçam. Eduardo Martins, educador do Programa, explicou que a metodologia, tanto as partes teóricas, quanto as práticas, foram muito bem encadeadas. “Eu digo isso, amparado pelo retorno positivo dos participantes que passaram pelas oficinas nas duas primeiras cidades. As pessoas se mostraram surpresas com a forma como as oficinas foram oferecidas, cadenciando momentos teóricos e proposições práticas. Eu gostaria de chamar a atenção para a forma bastante positiva como as pessoas receberam isso tudo, ponto que é crucial para nós enquanto educadores e propositores da metodologia. Percebemos esse alinhamento harmônico e me arrisco a chamar isso de um arranjo poético da estrutura metodológica das oficinas. Foi muito interessante perceber como as práticas e as percepções seguiram de mãos dadas, de maneira harmoniosa e encantando o público participante”, disse.

Ao final desta etapa de formação, os professores e agentes culturais inscritos receberão certificado de Multiplicador do Programa Educativo Iphan+80, além de materiais didático-pedagógicos especialmente elaborados como o “Caderno do Professor”,  com conceitos e sugestões de atividades de educação patrimonial aplicáveis a diversas faixas etárias e níveis de ensino tanto no contexto das escolas, quanto no contexto dos centros culturais e dos museus. Em cada cidade serão ofertadas 40 vagas para professores e agentes culturais. A inscrição e a participação na oficina são gratuitas.

Em Ouro Branco, a segunda fase do Programa Educativo Iphan+80 acontecerá nos dias 3 e 4 de setembro, das 18h às 21h30, no Colégio Municipal Pio XII, localizado à rua José Pereira Sobrinho, 200, no Centro. As vagas são limitadas. Inscrições pelo site www.iphan80.com.br.

Como foi a primeira fase

O Programa Educativo Iphan+80 movimentou sete cidades de Minas Gerais, promovendo o reconhecimento, a valorização e a preservação do patrimônio cultural. Em parceria com os artistas Chico Simões e Anna Göbel, a primeira fase buscou envolver as comunidades participantes na pintura de murais inspirados na cultura local. A abordagem da Educação Patrimonial Afetiva, adotada pelo Programa, envolve ativamente as comunidades no processo de reencontro com o seu patrimônio. O processo de pintura dos muros e o resultado em cada cidade podem ser vistos no site www.iphan80.com.br.

Em Ouro Branco, muitos professores, diretores, artífices e estudantes  participaram da pintura. Foram retratados a Matriz de Santo Antônio, a serra de Ouro Branco, o lago Soledade, os ipês, a Cerâmica Saramenha, os garimpeiros, os tropeiros, a Estrada Real, a capoeira, o congado, os violeiros, as bordadeiras, a casa de Tiradentes, as capelas e os estudantes da escola. Todos esses elementos ganharão ainda mais significado com a entrega do material didático produzido pelo Programa. Como desdobramentos possíveis para a comunidade, destacam-se a autonomia do professor multiplicador e o muro pintado como uma sala de aula a céu aberto.

Sobre o Programa Educativo Iphan+80

Encomendado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e realizado pela Akala, organização da sociedade civil sem fins lucrativos de Belo Horizonte, o Programa Educativo Iphan+80 busca integrar arte, educação e comunidade. Viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, conta com os seguintes patrocinadores: MRS, Gerdau e BAUMINAS.

Sobre o IPHAN

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Cabe ao Iphan proteger e promover os bens culturais do País, assegurando sua permanência e usufruto para as gerações presentes e futuras.

Sobre a Akala

Associação cultural sediada em Belo Horizonte, a Akala é reconhecida por criar e implementar relevantes projetos educativos e culturais. Desde a sua fundação, se destaca pela proposição e realização de importantes projetos, tendo recebido prêmios e menções honrosas nacionais e internacionais, entre eles, o “Prêmio Economia Criativa do Ministério da Cultura” e o “Prêmio Ibero-americano de Educação e Museus”, concedido pelo IBERMUSEUS.

SERVIÇO:
Formação de multiplicadores do Programa Educativo Iphan+80 - Ouro Branco
As inscrições, gratuitas,  devem ser feitas no site: www.iphan80.com.br. Vagas limitadas.
Datas: 3 e 4 de setembro
Horário: das 18h às 21h30
Local: Colégio Municipal Pio XII
Endereço: rua José Pereira Sobrinho, 200, Centro.

Site do Programa: www.iphan80.com.br
Instagram
: @iphanmais80

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