Operação “Sistema Paralelo” desmantela esquema milionário de fraudes em Minas Gerais

A operação cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão em onze cidades mineiras. Entre elas estão Abaeté, Belo Horizonte, Diamantina...

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 30/04/2025, 09:02 - Atualizado em 30/04/2025, 09:02
Foto – Operação Sistema Paralelo. Crédito – Alex Lanza. Siga no Google News

Uma vasta operação policial, denominada “Sistema Paralelo”, foi deflagrada na manhã desta terça-feira (29) com o objetivo de desarticular um esquema de fraudes tributárias e crimes financeiros que lesou a economia popular na região de Curvelo, no centro de Minas Gerais. O grupo econômico investigado atuava no comércio de celulares e em operações de empréstimo pessoal, utilizando-se de métodos ilícitos para sonegar impostos e praticar usura.

As investigações apontam para uma complexa rede criminosa, envolvendo não apenas a sonegação fiscal, mas também crimes como organização criminosa, falsidade ideológica, usura, estelionato e lavagem de dinheiro. Para dar suporte às atividades ilegais, o grupo supostamente criava empresas fictícias em nome de “laranjas”. Essas empresas eram utilizadas para realizar a compra e venda de aparelhos celulares e a concessão de empréstimos pessoais sem a emissão de notas fiscais ou qualquer registro contábil, além da prática de juros abusivos.

Foto - Operação Sistema Paralelo. Crédito - Alex Lanza.

A magnitude do esquema é evidenciada pelos números preliminares da Secretaria de Fazenda de Minas Gerais, que estima uma supressão de aproximadamente R$ 14 milhões dos cofres públicos apenas em relação ao não pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A operação mobilizou um grande contingente de forças de segurança e órgãos de fiscalização, resultando no cumprimento de 31 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva em diversas cidades mineiras: Curvelo, Abaeté, Belo Horizonte, Diamantina, Jequitibá, João Pinheiro, Paracatu, Paraopeba, Pirapora, Sete Lagoas e Três Marias.

As buscas tiveram como alvo residências de empresários, funcionários e as sedes de empresas ligadas ao grupo econômico, tanto aquelas que se beneficiavam diretamente das fraudes quanto as utilizadas para a ocultação e movimentação dos recursos ilícitos.

As investigações culminaram na determinação judicial de indisponibilidade de bens dos investigados, avaliados em cerca de R$ 36,4 milhões. A medida cautelar atingiu veículos de luxo, imóveis e criptomoedas. Durante as diligências, as autoridades também apreenderam armamentos e munições.

A operação “Sistema Paralelo” é fruto de uma articulação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), que integra o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais, a Polícia Civil e a Polícia Militar. A ação contou com o apoio de diversas unidades especializadas, como o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Central e outras promotorias e órgãos do MPMG.

A força-tarefa mobilizada para a operação incluiu seis promotores de Justiça, três delegados de Polícia Civil, 30 auditores fiscais da Receita Estadual, 10 servidores do MPMG, oito policiais militares e 100 policiais civis.

Os detalhes da operação foram apresentados em uma entrevista coletiva realizada na sede das Promotorias de Justiça de Curvelo, com a participação de representantes do MPMG e da Receita Estadual.

O CIRA, criado em 2007, é reconhecido como uma iniciativa pioneira no combate à criminalidade econômica em Minas Gerais, servindo de modelo para outros estados. Ao longo de 18 anos, a atuação conjunta do Ministério Público, da Receita Estadual e das polícias resultou na recuperação de mais de R$ 16 bilhões em ativos ilícitos para os cofres públicos e na defesa da livre concorrência. Recentemente, a Polícia Rodoviária Federal também aderiu à articulação, reforçando o combate a esses crimes.

Foto - Operação Sistema Paralelo. Crédito - Alex Lanza.

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