Curso de Museologia da UFOP apresenta diagnóstico de acessibilidade em museus na Primavera dos Museus
Como parte do primeiro dia da programação, representantes do curso de Museologia da UFOP apresentaram um diagnóstico sobre a acessibilidade nos museus da cidade.
A acessibilidade nos museus é o tema central da Primavera dos Museus deste ano. O curso de Museologia da UFOP participa das atividades que acontecem esta semana e vão até sábado (28). Organizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o evento ocorre em todo o país e sua 18ª edição é marcada pelo lançamento do "Programa Acesse Museus" e da plataforma "Visite Museus", realizado durante uma cerimônia em Brasília.
Como parte do primeiro dia da programação, representantes do curso de Museologia da UFOP apresentaram um diagnóstico sobre a acessibilidade nos museus da cidade. O estudo, realizado pela estudante Gedida Ferreira e pelo professor Gilson Nunes, revela que os avanços da acessibilidade nos museus locais ainda são "muito tímidos", conforme aponta Gilson. "A pesquisa formaliza o que já sabíamos, que infelizmente, as iniciativas à acessibilidade aqui são muito limitadas e pequenas." O professor ainda destaca que, em Ouro Preto, estima-se que haja entre cinco e seis mil pessoas com deficiência, "mas raramente as encontramos pelas ruas da cidade", completa.
A pesquisa, realizada como parte de um projeto de Iniciação Científica em 2022, foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Gedida Ferreira, de 66 anos, comenta que seu interesse pelo tema surgiu a partir de experiências pessoais em que não se sentia incluída devido à idade. "Percebi que as instituições ainda não estão preparadas e carecem de conhecimento sobre o verdadeiro significado de inclusão, mesmo com a existência de legislações específicas", reflete.
O estudo evidencia ainda que a acessibilidade nos museus vai além das questões físicas, envolvendo também a inclusão de pessoas com deficiências cognitivas, sensoriais e de mobilidade reduzida. O conceito de acessibilidade propõe a preparação do ambiente, dos funcionários e das equipes de mediação para atender plenamente todos os públicos. Para Gilson, a Portaria nº 3.135 do Ibram é um marco importante: "Ela detalha e reforça a acessibilidade como uma política pública mais robusta, garantindo o cumprimento da legislação que existe desde 2009 sobre o tema". A Portaria nº 3.135 institui o Programa Nacional de Acessibilidade em Museus e Pontos de Memória, denominado "Acesse Museus". O objetivo do programa é estabelecer diretrizes, fomentar o desenvolvimento e promover a difusão de conhecimentos sobre práticas acessíveis, inclusivas e anticapacitistas em museus e pontos de memória em todo o Brasil, buscando eliminar barreiras físicas, sensoriais e atitudinais, promovendo um ambiente mais acolhedor e inclusivo para todos os visitantes.
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