O Governo de Minas Gerais anunciou, nesta sexta-feira (9), um pacote de medidas para fortalecer o atendimento médico diante do aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado. A iniciativa inclui a ativação de 50 novos leitos em unidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e a antecipação de R$ 8 milhões em recursos estaduais para municípios que já decretaram situação de emergência em saúde pública.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, detalhou a expansão da capacidade hospitalar. Serão abertos 10 leitos de UTI pediátrica no Hospital Infantil João Paulo II, 10 de UTI adulto e 10 de UTI neonatal no Hospital Júlia Kubitschek, mais 10 leitos de UTI adulto no Hospital Eduardo de Menezes e outros 10 de cuidados intermediários na Maternidade Odete Valadares.
Para garantir o funcionamento dos novos leitos, a Fhemig também está realizando a contratação de 110 profissionais de saúde, incluindo médicos pediatras e intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas respiratórios e técnicos.
"Com essa nova expansão, a expectativa é de que consigamos aliviar o fluxo de atendimentos, que deve durar algumas semanas e, posteriormente, começar a diminuir", declarou Baccheretti. Ele lembrou que a Fhemig já havia reforçado a equipe pediátrica do Hospital João Paulo II em março e aberto 12 leitos de cuidados intermediários na mesma unidade em abril.
No que se refere ao apoio financeiro, o montante de R$ 5,7 milhões será liberado de forma antecipada para os municípios que já decretaram emergência em saúde pública. "Começamos a enviar os recursos a todos os municípios no ano passado, visando o preparo para o cenário de 2025", explicou o secretário.
Atualmente, 13 cidades mineiras se encontram em situação de emergência devido ao aumento de casos de SRAG: Belo Horizonte, Betim, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Diamantina, Ipatinga, Mariana, Pedro Leopoldo, Santa Luzia, Sete Lagoas, Ribeirão das Neves, Uberlândia e Unaí.
Dados do Painel de Regulação do Acesso indicam um total de 30.080 internações por SRAG no SUSFácilMG até o dia 6 de maio. Desse total, 3.059 foram de bebês com até um ano e 16.852 de pessoas com mais de 60 anos. Em comparação com o mesmo período de 2024, foram registradas 29.611 internações, com 3.422 envolvendo bebês e 16.601 em idosos.
O sistema Sivep-Gripe contabilizou 438 óbitos por SRAG em 2025, enquanto no mesmo período do ano anterior foram 893. As regiões Centro, Norte e Triângulo do Sul apresentam a maior concentração de solicitações de internação por complicações respiratórias.
Estado em Alerta:
Diante do cenário epidemiológico, o governo estadual decretou situação de emergência em saúde pública no dia 2 de maio. Essa medida possibilita a adoção de ações administrativas e assistenciais emergenciais para adequar a capacidade de atendimento.
Adicionalmente, foi criado o Centro de Operações de Emergência em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-Minas-SRAG), que reúne representantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Fhemig, Fundação Ezequiel Dias (Funed) e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG).
O COE-Minas-SRAG tem como atribuições principais o gerenciamento da resposta à emergência, o monitoramento e a consolidação de dados epidemiológicos e de assistência, o apoio técnico aos municípios e o estabelecimento de diretrizes para o enfrentamento do período sazonal de doenças respiratórias. A SES-MG também promoveu webinários e cursos de qualificação para profissionais de saúde em diversas regiões do estado.
A Secretaria de Estado de Saúde reforça a importância da vacinação contra influenza e covid-19 como principal estratégia de prevenção. A orientação à população é para que procure as Unidades Básicas de Saúde ou as vans do vacimóvel para se proteger contra as formas graves das doenças e reduzir o risco de complicações.
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