A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, entregou, na manhã desta segunda-feira (18/09), a primeira fase do projeto Patrimônio Vivo, em Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto. Ao todo, serão investidos R$ 15 milhões em ações de revitalização e manutenção do patrimônio cultural, beneficiando a comunidade e incentivando o turismo da região, criando novas oportunidades de geração de emprego e renda. O Congado de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia abrilhantou a importante solenidade.
A frente da Igreja Sagrado Coração de Jesus está de cara nova. Um grande projeto de paisagismo foi realizado no local, ressaltando a beleza histórica, respeitando as características já existentes e a história afetiva da comunidade. Todo o projeto de revitalização foi desenvolvido junto com os moradores da comunidade.
Nesta primeira etapa, foram plantadas diversas árvores e mudas de flores. Um grande destaque foi o cipreste, espécie indicada pela comunidade, que exala um cheiro que resgata diversas memórias locais. Além disso, a primeira etapa contemplou a instalação de pedras de quartzito no chão e nos bancos, vias de integração entre os pátios e a igreja, sistemas de irrigação automatizado e de drenagem, além da pavimentação da rua lateral e a criação de passeios.
Outro grande destaque da primeira fase do Patrimônio Vivo é a pesquisa histórica da igreja. Foi realizado um levantamento cadastral de Bens Móveis e Integrados, que estão na Igreja Sagrado Coração de Jesus. Ao todo são 517 peças que serão catalogadas e estudadas, sendo cerca de 300 itens foram identificados durante o trabalho.
“O projeto Patrimônio Vivo foi construído a muitas mãos para que chegássemos a um resultado que atendesse a expectativa do coletivo e que principalmente, preservasse de forma consciente os espaços e, em alguns casos, requalificando seu uso. Por meio desta iniciativa, vamos contribuir para o resgate da história e do pertencimento ao local, preservar as muitas lembranças dos moradores da região e proporcionar a oportunidade criar novas memórias, bem como valorizar o patrimônio cultural material e imaterial. É uma forma de preservar não somente o local, mas a cultura e a representatividade que Miguel Burnier tem para Ouro Preto e Minas Gerais”, destaca Wendel Gomes, Diretor Executivo da Gerdau.
Para o prefeito Angelo Oswaldo, Patrimônio Vivo significa que Miguel Burnier sabe conjugar o patrimônio material, construído, com o matrimônio imaterial. “É por isso que temos hoje o Congado de Burnier liderado pelo capitão Xisto, dançando na inauguração do paisagismo no entorno da Igreja do Sagrado Coração que está também em restauro, uma preparação para os seus 90 anos que vamos comemorar em fevereiro de 2024".
O chefe do executivo ouro-pretano reiterou que Patrimônio Vivo é a revitalização do patrimônio imaterial e a restauração do patrimônio material. “Há um acervo muito grande de patrimônio natural e cultural em Miguel Burnier e a Gerdau, uma empresa que atua de maneira cidadã, apoia com investimentos, a recuperação do forno da usina Wigg, da Capela de Nossa Senhora Auxiliadora de Calastróis, do cemitério dos escravizados, a Casa de Pedra e uma série que estão ganhando agora conteúdo de realidade pela primeira vez, graças a esse convênio que nós estamos há um ano e meio implantando entre a Gerdau e a Prefeitura de Ouro Preto para que Miguel Burnier conserve vivo esse patrimônio formidável que começa com a sua população”.
A vice-prefeita Regina Braga ressaltou todo o trabalho e empenho do vereador Naércio Ferreira que “com muita honra me substituiu na Câmara Municipal de Ouro Preto e agora está responsável por uma cadeira que fui minha por 20 anos”. Naércio tem lutado muito por essa região e eu fico muito feliz e orgulhosa pelo trabalho dele”. Regina disse também que é impossível não reconhecer o trabalho da Associação Comunitária de Miguel Burnier representada na pessoa de Aninha que tem um amor enorme e uma vontade imensa para que as coisas aconteçam.”
Naércio, por sua vez, disse que celebra o patrimônio da Gerdau com o patrimônio material e imaterial do distrito. “Trata-se de uma luta antiga dessa comunidade. E é sempre bom lembrar que a maior parte da fatia do dinheiro que abastece os cofres públicos vêm dessa região. Essa parceria público-privada é fundamental”.
Outras frentes de trabalho foram realizadas nessa etapa, como o projeto de revitalização do antigo dormitório, pertencente ao complexo da Estação Ferroviária e o levantamento territorial urbano.
Segunda fase
Como citado acima pelo prefeito Angelo Oswaldo, está em andamento a seleção da empresa que irá executar a segunda fase da obra, prevista para ser entregue ainda em 2024, ano em que a Igreja Sagrado Coração de Jesus, em Miguel Burnier, comemorará 90 anos. Um grande restauro da igreja será realizado nesta segunda fase.
Além disso, serão realizadas a construção de uma área de convivência, com vestiários e cozinha, ao lado da igreja, preparada para receber as festas tradicionais da comunidade, como as coroações dos Sagrados Corações de Maria (maio) e Jesus (junho), a revitalização do coreto, totalizando um novo espaço com cerca de 406m², incluindo da criação de 25 vagas estacionamento.
Em paralelo, há outros investimentos acontecendo como o diagnóstico turístico, com o objetivo de mapear o turismo em Miguel Burnier e as possibilidades e alavancas de desenvolvimento de novos equipamentos e atrativos; a potencialização do artesanato, juntamente com a Fundação de Artes de Ouro Preto – FAOP e o projeto ELLLAS; economia circular e o apoio na reestruturação do patrimônio imaterial, com investimentos para a banda, congado, quitutes e educação patrimonial.
Há também a revitalização da antiga Usina Wigg, referência histórica no marco da siderurgia e produção de ferro em Minas Gerais. A companhia se tornou referência para processos modernos de fundição no início da indústria siderúrgica brasileira, no final do século XIX, movimentando a economia e o desenvolvimento do país.
A Usina Wigg teve como principal foco a incorporação de inovações tecnológicas para o campo da produção siderúrgica. Está prevista para o primeiro trimestre de 2024, uma exposição itinerante sobre a Usina, em parceria com o MM Gerdau – Museu das Minas e Metal, o Arquivo Público Mineiro e o SESI.
Construindo o futuro e preservando o passado de forma colaborativa
Durante pouco mais de um ano, foram realizadas diversas reuniões com a comunidade local, com representantes da Prefeitura e Câmara Municipal, Conselhos Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural (COMPATRI) e de Meio Ambiente (CODEMA) de Ouro Preto e Arquidiocese de Mariana, para juntos, estruturar e validar a iniciativa.
O Patrimônio Vivo conta com a parceria do escritório ouro-pretano especializado na preservação de patrimônio cultural, Joglo – Arquitetura Criativa e da Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto (ADOP) - instituição privada, sem fins econômicos, apartidária, criada por meio da parceria entre empresas locais, poder público e sociedade civil, cuja missão consiste em ser agente do desenvolvimento sustentável do Município de Ouro Preto.
Miguel Burnier
Localizado a cerca de 55 km do centro de Ouro Preto, a comunidade tem forte ligação com a história de Minas Gerais, incluindo a Inconfidência Mineira e o início da ferrovia e a siderurgia no Brasil, no século XIX. Como patrimônios imateriais estão o congado, a banda, o coral, o artesanato, e a culinária.
Sobre a Gerdau
Com 122 anos de história, a Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. No Brasil, também produz aços planos, além de minério de ferro para consumo próprio. Além disso, possui uma divisão de novos negócios, a Gerdau Next, com o objetivo de empreender em segmentos adjacentes ao aço. Com o propósito de empoderar pessoas que constroem o futuro, a companhia está presente em 9 países e conta com mais de 36 mil colaboradores diretos e indiretos em todas as suas operações. Maior recicladora da América Latina, a Gerdau tem na sucata uma importante matéria-prima: 71% do aço que produz é feito a partir desse material.
Todo ano, 11 milhões de toneladas de sucata são transformadas em diversos produtos de aço. A companhia também é a maior produtora de carvão vegetal do mundo, com mais de 250 mil hectares de base florestal no estado de Minas Gerais. Como resultado de sua matriz produtiva sustentável, a Gerdau possui, atualmente, uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO₂e), de 0,90 t de CO₂e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,89 t de CO₂e por tonelada de aço (worldsteel). Para 2031, a meta da Gerdau é diminuir as emissões de carbono para 0,83 t de CO₂e por tonelada de aço. As ações da Gerdau estão listadas nas bolsas de valores de São Paulo (B3), Nova Iorque (NYSE) e Madri (Latibex).
Me parece que a estrada que liga Ouro Preto ao distrito não é asfaltada (em sua grande parte) o que dificulta o acesso de turistas ao local. Uma pena pois a Gerdau deveria asfaltar este percurso já que ela explora o distrito. Fica a dica.