O Museu da Memória do Judiciário Mineiro (Mejud) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), guardião dos primórdios do universo jurídico no Estado, passa a fazer parte do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, integrando-se ao conjunto de equipamentos culturais disponíveis para a população mineira e para quem visita a Capital. O ato formalizando a qualificação do Museu do Judiciário foi assinado em 19/3 pelo presidente da Fundação Clóvis Salgado (FCS), Sérgio Rodrigo Reis.
De acordo com o presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, a medida representa uma conquista para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais e para a equipe da Mejud, envolvida diretamente na preservação e conservação de vestígios significativos das mudanças da sociedade e da cultura pelo olhar dos profissionais do Direito, em especial dos magistrados.
"Trata-se de um reconhecimento do valor desse acervo e do esforço que vem sendo feito, há décadas, para zelar por esse patrimônio. É um conjunto de objetos e documentos que fala das nossas origens e da nossa identidade, que passam pela defesa da liberdade e por outros valores que nos constituem como povo. Personalidades que mudaram o destino do País têm um vínculo com a justiça de Minas que nem sempre é conhecido pela população", argumenta.

Contudo, os ganhos não se limitam à Instituição. "Para o cidadão mineiro, é mais um espaço de conhecimento, entretenimento e aprendizado que é alçado, graças a essa qualificação, a uma condição de maior visibilidade e intercâmbio com o meio estudantil, acadêmico, artístico e cultural. Com essa ação, nós nos integramos ao roteiro turístico de Belo Horizonte e de Minas, passando a usufruir de um estatuto de centro de difusão do saber que ultrapassa o nosso público inicial. O patrimônio em nosso poder poderá, assim, alcançar mais pessoas", afirma.
Para o superintendente da Mejud, desembargador Osvaldo Oliveira Araújo Firmo, fazer parte do Circuito Cultural da Praça da Liberdade reforça o entendimento do TJMG quanto à importância da preservação da sua história.
"A Mejud, como relevante e significativa ferramenta para perpetuação da memória e salvaguarda de significados identitários da nossa Instituição, preserva, guarda e protege inúmeros documentos, em especial processos judiciais, livros, fotografias, registros e objetos tridimensionais seculares, testemunhas das mudanças históricas, sociais e políticas da sociedade brasileira", ressalta.

Segundo o desembargador Oliveira Firmo, "promover e proteger os bens culturais de Minas Gerais também é tarefa do Poder Judiciário", pois eles fazem parte, acima de tudo, do Patrimônio Cultural Nacional. "O acervo da Mejud, além de difundir a prática jurídica, promove a difusão de fatos marcantes da história da Justiça Mineira, conferindo, assim, historicidade e valor de patrimônio a esses bens culturais", enfatiza.
De acordo com o superintendente da Mejud, o cenário da Capital já era marcado pela presença física da Justiça: "É inegável a importância do Palácio da Justiça Rodrigues Campos, edificação inseparável do panorama urbano de Belo Horizonte, para a construção do imaginário simbólico da Justiça mineira. Por meio dessa nova parceria, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais promoverá mais acesso, fruição e maior apropriação de seus espaços pelos diferentes grupos sociais, ratificando e fortalecendo o compromisso do Judiciário Mineiro com a preservação de um monumento arquitetônico que foi, ao longo do tempo, incorporando a história da cidade, dos seus habitantes e da nossa instituição."
Museu da Mejud
Repositório da história e das tradições da Justiça estadual, o acervo do Museu da Memória do Judiciário Mineiro está acondicionado em prédio alugado até a conclusão da reforma do Palácio da Justiça Rodrigues Campos, prevista para ser concluída ainda em 2025. Situada no Centro de Belo Horizonte, a edificação centenária foi tombada por meio do Decreto Estadual nº 18.641/1977, por solicitação do então presidente do TJMG, desembargador Edésio Fernandes.
A Memória do Judiciário Mineiro foi instituída em 9/11/1988, com a finalidade de reunir e organizar materiais sobre a trajetória de magistrados e outras personalidades ligadas à justiça de Minas. Além de processos judiciais e registros de grande importância para a coletividade, como a da Carta de Alforria e o Testamento de Chica da Silva e o Inventário de Bens da Dona Beja, a Mejud detém mobiliário e artefatos que antigamente eram usados no cotidiano dos julgamentos. O Órgão também produz estudos e disponibiliza o acesso de pesquisadores e do público em geral aos itens sob sua guarda.
Diretoria Executiva de Comunicação – Dircom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG
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